A década de noventa foi um período estranho, principalmente para quem passou a infância, tudo naqueles anos "ria" dos anos oitenta ainda que fazendo muitas coisas recicladas, tudo ali começava a "limpar" mais as cores fortes da década passada, com pouco sucesso diga-se de passagem, as roupas eram estranhas e hoje motivo de deboche, o rock mundial começou várias experimentações que posteriormente deram certo enquanto o nacional fazia variações dos mesmos acordes com letras pseudo-intelectuais.
Em meio ao caos visual e mental dos anos noventa, uma professora me atentou para uma letra de uma banda, foi ler e virar fã na hora, era "pais e filhos" do Legião Urbana (nesse tempo eu ainda era comunista por vocação), foi então que conheci Renato Russo, líder, interprete e compositor daquela banda, nunca antes tinha dedicado algumas linhas a esse período da minha vida, como no último dia 27 de março Renato completaria 50 anos e em meio ao hype formado no twitter e na mídia em geral relembrou-me os motivos pra mim ter deixado a Legião Urbana nos anos noventa.
Legião Urbana, (junto ao Nirvana e Oasis) talvez seja a maior responsável de eu não ter virado "chicleteiro", hoje posso ter uma visão "de fora" daqueles anos e perceber como a percepção daquele período mudou, eu cresci com as letras de Renato, não nego isso, mas há muita hipocrisia nessas "homenagens" a qual muitos estão fazendo, primeira coisa, você que é fã de Legião e assim como eu já ouviu tudo que ela fez (o disco "dois" é meu favorito), incluindo os álbuns solo de Renato: não dê ibope pra essas regravações caça-níqueis, o Renato Russo morreu, aceite isso, regravações com fulano de tal e os dizeres "parceria inédita" é tudo lixo, esses tipos de disco são feitos pra usurparem de fãs a paisana, pensa só, os caras tinham duas ou três músicas inéditas do cara, regravam outras com outras pessoas, juntam gravações dele falando umas merdas e botam no mercado, afinal o "cara é o Renato Russo, os fãs querem", BULLSHIT!! não se envergonhe brasileiro, isso acontece em todo lugar, temos que combater, dado o recado sigamos.
É quase unanimidade de que os fãs de Legião Urbana são dos mais chatos do país, perdendo por pouco para torcedores do Flamengo, fãs de Engenheiros do Hawaí e Cearenses, Renato Russo é um ícone diferenciado no cenário rocker do país, escrevia bem, e sua sonoridade ainda que nada inovadora, servia de forma eficiente as letras, agora sejamos sinceros, a forma messiânica como ele é tratado é tediosa, não me admira que o rock Brasil não cresça na mídia grande (tv), ficamos a sombra de um bom escritor de rock, onde uma maior homenagem seria se começássemos a ver o rock nacional como algo que pode crescer por seus meritos "vivos", não por se espelhar em figuras importantes do passado que em si copiavam do mainstream, o que eu quero dizer é, entendam Renato Russo como um produto do seu tempo e não um fim no rock Brasil.
Nota mental: nunca vi Sex Pistols no som do Legião.
3 comentários:
E tudo era pra sempre...
Cara desculpe a sinceridade mas nao vejo tanta coisa boa no Renato ele escreve bem certo, mas po ele é uma copia canalha do morrissey..po nada original ..
hahaha, verdade, cópia barata do morissey..., mas o cara escrevia bem sim vá lá, o texto não é contra o renato e sim ao seu messianismo idiota...
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