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14.8.11

Parágrafo

 Certa vez, um apresentador de televisão pra dar ênfase ao seu programa declarava: "hoje foi escrito, sem dúvida, uma parte da história da televisão, se não um capítulo, um parágrafo bem gordo" o programa a qual ele se referia era mais um reality show chupado da televisão norte-americana, impressão de importância para certos acontecimentos permeiam a impressão de história, ciência, Bukowski sempre se referia a suas putas como as mais belas do mundo, seus antagonistas os mais cruéis, sem se importar muito com algum conselho julgando se isso era correto ou não, verdade, certo, direito, defina como definir, somos reis absolutistas dos nossos pensamentos o que nos leva a juiz e legisladores do nosso próprio gostar (ainda que baseado em outros), volto a este singelo espaço virtual (ou real?), para lhe dar a devida importância que ocupou nos anos já corridos, foi depósito de textos, confissões, desabafos, críticas, analises e adjetivos próprios, foi caixa de brinquedos, oficina de peculiaridades, percepções pessoais de espaço físico e social, porém, sabe como é ouvir o novo disco dos Strokes? É legal, mas não é mais a mesma coisa... Born to be wild... Be water... Talvez alguem numa última cadeira na aula de latim pergunte "e agora para onde os pensamentos irão ser jogados?" Bem, o futuro não é mais como era antigamente e "Por aí" seria o mais próximo de "algum lugar", outras mídias, espaços, praças, calçadas ou bares certamente serão contemplados, afinal "somos a porra da merda ambulante do mundo" como diria Durden, a vida segue o mundo gira e as palavras uma vez escritas fica na mente de quem as leu, 2012 logo ai e como é provável que o blogspot engulira todos os seus blogs falidos levando este junto, território de divagações sobre cultura pop por alguns anos, estes textos escreveram parte da minha história, e, senão um capítulo, um parágrafo bem gordo. 

27.8.10

1up


 Havia um tempo em que os jogos de vídeo não tinham fim, eram dimensões paralelas que tinha que fazer sentido levar alguns pontos coloridos até outros pontos coloridos, se passava horas pra bater seu próprio recorde, e os gráficos modestos eram compensados com o elevado nível dos desafios, em tempos em que  alguns sites e a televisão tentam aproximar seu conteúdo de uma interatividade ao público os games não só criaram esta opção como a expandiram para universos de opções... rola até um documentário disponibilizado no youtube bem interessante que e assisti há uns tempos ["a era do video-game" aqui] (ainda que com uma abordagem por vezes monótona).
 Ao ter em mãos o recém lançado Super Mario Galaxy 2 (maio desse ano), me levou novamente a sentir o ecstasy que os grandes jogos podem fazer conosco.

   
 Esse ano foi comemorado os trinta anos de Pac-man, é inegável a participação deste no desenvolvimento dos video-games, lembro-me como era desafiador passar fase após fase, Pac-man foi um dos jogos "divisores de águas", entender a importância de um game requer entender todo o contexto que ele está envolvido, Pac-Man trouxe o primeiro protagonista de fato dos video-games, o desafio de leva-lo por entre as pílulas amarelas era imenso e fascinante, e como era de se esperar outros personagens iriam ascender também marcando um novo conceito/gênero/estilo/geração como o bigodudo da Big-N.

 Meu primeiro video-game foi um mega-drive já em final de carreira (por volta de 1993) e seus surrados cartuchos de Ninja Gaiden e Street Fighter II - não vou contar minha história com os games em si, e sim com o personagem aqui principal - pela metade da década de noventa surgiu o que tenho até hoje pelo maior video-game de todos os tempos, o Super Nintendo, com seus gráficos melhorados, som melhorados e uma infinidade de jogos que iam a todos os genêros - isso se não os inventava - era uma verdadeira academia nerd entre os moleques que não jogavam futebol muito bem, sua importância é tamanha que ficará para um post especial, quando Super Mario Bros chegou melhorado ao Super Nintendo e o encanador italiano se transformou no maior ícone dos games, foi uma verdadeira revolução em 2D que não parou ali, a cada jogo os japas da Big-N se superavam, definiam novos parametros de qualidade ( inclusive Super Mario 3 é o meu favorito do SNES) mas, a aposta mais arriscada já feita pela Big-N estava por vir.

 No final da década de noventa os games não pensavam em outra coisa se não o mundo tridimensional, já há algum tempo presenciado nos cpu's. Eu usava sapatos engraxados pra ir pra escola, assitia trapalhões depois do almoço e tinha um Nintedo64, sim um N64 ao invés de um Playstation, ele era um video-game sensacional que perdeu-se por arriscar no uso de cartuchos, muito mais dispendiosos (e oldschool) que o uso de cd como a Playstation propunha, junto ao console, vinha Super Mario 64, muitos fracassaram na transposição para o tridimensional (Pac-Man que o diga), mas foi ali que Mario Consolidou a Nintendo, esta perdeu por vários anos jogadores e dinheiro para a Sony com seu Playstation e Playstation 2, mas uma coisa  era certa, nunca deixou de primar pela qualidade, o N64 fracassou, ok, mas teve alguns dos melhores jogos que já joguei na vida (Zelda, Mario 64, Banjo&Kazooie, etc...).

 Falando sobre Games nas nossas vidas, pensem bem, os games ocupam um espaço nas lembranças de muita gente e seria injusto ignorar sua influência no cotidiano de quem os teve tão próximos por anos (muitos ainda aos dias atuais), parecida a outras formas de entretenimento, os games tambem podem ostentar status de arte? Te envolver e te emocionar não seriam requisitos? confesso que ainda não se chegou nas fórmulas ideias para se "atingir" o público mais profundamente, mas já se vê um avanço, mesmo sendo um nicho posso falo a todos que tenham posto um controle em mãos um dia, quem não jogou Zelda por horas e se sentiu um elfo atrás de sua princesa, encarar um Call of Duty vestindo o uniforme e indo à guerra, lutar contra várias pessoas do mundo só pra saber o desfecho do final de Street Fighter, superar-se e passar obstáculos e montar quebra-cabeças em Prince of Persia? Os jogos ficam um pouco em nós mesmo depois dos controles deixados de lado, e num dia desses, quando menos esperava, deparei-me com uma obra de arte vinda da Big-N.
Breve Comentário a Super Mario Galaxy 2:

 SMG2 é a diversão em si, sem a pressão de criar um jogo do encanador para seu mais recente console, SMG2 é um Galaxy incrementado, com novos power ups, a participação de yoshi e uma dinâmica mais direta, aqui se joga em forma de tabuleiro (utilizado tambem em New Super Mario Bros.Wii) as aventuras corpos esféricos vira referência de qualidade mais uma vez e como de costume várias citações a jogos anteriores é introduzida de forma inteligente, é como se fôssemos surpreendidos com coisas que vemos há mais de quinze anos! (eu so tenho 23), o grande "Ás" de SMG2 está no seu próprio desenvolver que traz uma renovação na sua jogabilidade a cada fase o que faz com que nos deparemos no seu decorrer sempre com um novo "brinquedo", é a primeira vez que um console tem dois jogos de plataforma do bigodudo, o que cabe dizer que deu certo, o visual e a trilha são sublimes e foram levemente modificados do original, em resumo, é virar criança novamente, é lindo.

      

22.7.10

7x0



 Quem apreciou a peleja de ontem, desde os seus primeiros minutos há de ter notado o fracasso absoluto, total, decepcionante, que constituiu a esquadra do Remo no segundo período, após ter realizado um promissor primeiro tempo, dando sérios trabalhos à defesa do Paysandu para com a ausência de um só elemento, entregar-se, de maneira envergonhante, humilhando-se frente ao seu adversário de todos os tempos, o Paysandu

 Analisou no dia seguinte (23/07) o vespertino A Vanguarda (pertencente ao jornal matutino A Província do Pará, que não circulava as segundas). 

Há exatos 65 anos, em 22/07/1945, o clube de futebol Paysandu escreveu uma página histórica e até hoje não superada, no futebol paraense vencendo seu mais tradicional adversário, o Remo, por 7x0, em pleno estádio de Antonio Baena. 

Retirado do post do blog Pelas Ruas de Belém

#chupaleão

30.6.10

O Mundo é uma Bola

"Assistir a copa é dever cívico de todo brasileiro, não é apenas uma partida de futebol, é uma forma de contribuir com o país" - Lineu, A Grande Família.


 Em quatro em quatro anos o maior evento esportivo do mundo me mantém refém por um mês, hoje em especial haverá uma pausa nos jogos e aproveito para retornar com algumas linhas a este espaço já quase esquecido, a copa do mundo é das poucas tradições que sempre acompanhei com afinco, ainda que tenha deixado de assistir futebol em determinados momentos (adolescência...) sempre reservei um lugar na sala, ou com amigos pra assistir aos jogos, foi no ano 1994 que o Nirvana lançava frescor ao cenário rocker, Senna trazia o tema da vitória a toda manhã de domingo, minhas únicas preocupações se restringiam a video game e as meninas do ensino fundamental e enquanto lia quadrinhos da turma da Mônica minha dupla de herois favoritos era Bebeto e Romário.
 Assisti a minha primeira copa em 1994 com sete anos, e como não se identificar com o seu país ganhando o título de melhor do mundo?!, por alguns anos fui assinante de uma revista de esportes e até freqüentei algumas vezes uma escolinha de futebol, não era minha área (coisa que ainda não sei ao certo), mas começava ali o apreço por este esporte que não pode ser definido sem um cafona "emocionante", imaginem: 48 do segundo tempo, copa América, perdíamos por 2 a 1 dos nossos maiores rivais, bola cruzada na área, alguns já tinham desistido de assistir naquele momento, bate rebate na área, o atacante brasileiro com um pequeno toque tira do defensor, gira em torno do corpo e por que não dizer todos que assistiam giraram junto com ele e sem pestanejar bate no canto onde o goleiro nunca pegaria, o grito, o gol, alívio e vitória aos milhões que assistiam, o resto é história, Brasil campeão nos pênaltis, mas aquele gol ficava na galeria de lembranças de todo torcedor do bom futebol, como não se identificar com uma história pronta dessas? Vencer adversário por adversário até o tão sonhado título, não é isso que procuramos nos games, nos filmes, em tudo na vida? Vencer? E nesse sentido o jogador de futebol na copa  representa um povo, a camisa é sua armadura, os dribles são suas armas e o gol, bem, o gol é o gol. 
  Há um grande presente aos "assistidores" de copas como eu na próxima sexta e sábado, pelas quartas de final da copa da África, Brasil e Holanda na sexta-feira, e atire a primeira pedra quem  já viu um Brasil e Holanda pouco emocionante... Quartas de final de 94 lembra?!, Brasil fazia dois a zero quando numa reação surpreendente o time holandês toma iniciativa e responde a altura, acontece o inesperado, empate, falta na intermediária pro Brasil, parecia mais uma tentativa as demais, Branco na cobrança, a bola viaja, passa pelos marcadores, Romário se esquiva dela e quando menos esperávamos, caprichosamente ela descança nas redes holandesas, euforia, bonança após a tempestade. Hoje temos um time de marcação forte e contra-ataque rápido, além de Kaká, que pode definir uma partida, contra um time de toque de bola perfeito, invicta e vitoriosa há várias partidas que conta com grandes jogadores como Robben, Sneijder e Van Persie. No sábado temos Argentina e Alemanha, duas finais já se fizeram com estas seleções e estão com seus melhores times de vários anos, briga de cachorro grande, que brinda os olhos de quem cresceu observando o esporte.
 Somos uma geração sem grande guerra ou depressão, como diria Tyler Durden, uma geração criada por mulheres, que ainda tem no futebol o escapismo do sistema, não é mero entretenimento, é como conpreendemos vitoria e derrota num jogo, e antes de mais nada jogar bem ou não jogar.

 Aquela copa de 1994 não teve dos melhores times que o Brasil já pôs em campo, mas além de um time muito esforçado, era na mente do garoto de sete anos que os viu, mágico. A rua parava, a cidade parava, o país e o mundo paravam, tinhamos 90 minutos de uma batalha, um espetáculo, aquilo não podia mais ser encarado apenas como um jogo, estava um grau acima, e podemos nos orgulhar, em futebol ao menos somos "primeiro mundo" e quando o adversário está a altura sabemos que qualquer erro e estamos fora, foi assim naquela final de 17 de julho, jogo duro e sofrido contra a Itália, prorrogação e no fim, jogadores e goleiros frente a frente, pênaltis, só um sairia tetra campeão, e quando Baggio perdeu lembro-me do milésimo de segundo de silêncio antes do esporro, alegria tamanha que marcou certamente a geração que a viu.

  
          

18.5.10

História, educação e coisa e tal.

 Era um dia qualquer da semana, tomava algumas cervejas pra celebrar a aprovação de um conhecido em uma universidade quando um muleque (um cara com três anos a menos que eu), me indagou a respeito do ofício de historiador, não no sentido marcblochiano da discussão, afinal ele nem conhece esse sentido, e sim nos termos de qualidade dos atuais professores de história de cursinhos, fiquei surpreso, afinal não é a todo momento que esse tipo discussão se faz longe das salas da universidade.
 "Tudo bem vamos a discussão", foi o que pensei com um meio sorriso no rosto, a princípio pensemos o seguinte, o professor de história não viveu a maior parte do que ele ensina, ele sabe o que ele aprendeu pelos livros, e que pode confirmar parte daquilo pelo que vivencia em seu cotidiano, certo?
 Exemplifiquemos; entendamos fatos e acontecimentos históricos como um quebra-cabeça, com o passar dos anos esse quebra-cabeça vai perdendo peças, afinal muito das peças é a memória de quem viveu o fato, para acontecimentos muito antigos onde todos que o presenciaram já estejam mortos, há apenas algumas peças, a função do historiador é utilizar de sua interpretação pra recriar as peças faltantes do acontecimento, e assim recria-lo, não nescessáriamente fiel mas respaldado em documentos, e a cada historiador, novas peças por conseguinte de novas interpretações, e assim a história se forma um eterno quebra-cabeça - tentava passar aquelas noções ao rapaz quando o churrasco chegará quentinho a mesa.
Indiscutivelmente o IHGB (instituto histórico geográfico brasileiro) trouxe benefícios ao estudo das ciências humanas e principalmente em firmar uma história como "oficial", essa história é importante entre outros motivos para o fortalecimento do sentimento nacionalista na população, pensem comigo, você só defende aquilo a que tem apreço, certo? é mais ou menos por isso que a história oficial existe, firmar o nacionalismo e provocar a defesa da pátria que agora, tem uma história, tiradentes de traidor do império virou herói e por ai vai..., mas o ponto em que eu queria chegar era, essa não é a única história, existem inúmeras outras, a "história oficial" é apenas uma versão, se pegarmos centenas de pessoas para contar o que aconteceu no mesmo dia, vamos ter centenas de histórias individuas sobre um mesmo dia, e mesmo que duas pessoas passem o dia juntas, fazendo as mesmas coisas, cada uma vai ter uma versão do que aconteceu no dia; Por que não seria assim na hora de se ensinar história? a formação dos professores é diferente, a forma didática diferente, os livros utilizados diferentes, as mídias utilizadas de forma diferente e em suma, as pessoas são diferentes, daí uma interpretação dos fatos vai levar a uma exposição dos fatos condizente ao que cada um entendeu.
 O professor de história de um cursinho tem de apresentar outros fatores além do conhecimento, como boa dinâmica e oratória, e uma boa compactação do assunto para o devido objetivo, o vestibular, professores que tenham esses atributos são produtos da seleção que o sistema capitalista produziu na educação, o que  por momento não cabe aqui a discussão (e sim a primeira que agente iniciou), é fato que escrevi aqui mais do que disse ao rapaz, mas acho que deu pra ele pegar o pensamento, que em meio aquilo o fez botar o dedo na ferida ao indagar:
 - E sobre religião?.
 Talvez nem ele soubesse o que queria perguntar, mas entendi que ele queria saber, provavelmente se eu era ateu ou não (ou mesmo testar minha pouca idade), tenho pra mim que o historiador, e prestem atenção na contradição que tenho comigo mesmo, tem de ser neutro, ainda que isto seja impossível, vejam bem, o cara nasceu, cresceu, foi educado e vive no mundo de uma forma, vocês acham que ele tem alguma influência? Claro! todas ao seu redor são influências, então não há como dizer que alguém é neutro na forma de contar uma história, seja ela informal ou didática, o jeito de falar, pensar, se articular, etc... tudo isso tem informações do seu tempo, tomemos de exemplo um filme sobre um acontecimento passado, "Descobrimento do Brasil" por exemplo, toda vez que alguém fizer um filme sobre este tema será diferente, uma nova versão, e se for feito em épocas diferentes o abismo se intensificará.
 O neutro a que me refiro é no sentido de ser ao máximo imparcial no ensino de história, e assim, provocar o aluno, fazer este procurar conhecer e defender o seu respectivo lado/ponto de vista, na religião não é diferente, independente da religião do professor ele tem que contar as atrocidades e os benefícios do cristianismo, ateísmo, islamismo, judaísmo, etc... não é a toa que os professores de história tem certa fama de ateístas, muitos sabem que grande parte dos feitos da igreja tinham interesses distintos do "divino",  fazer o aluno pensar por si é a meta que todos professores tem de se dar, a cerveja acabará naquela hora e fui pra casa dormir.


nota: Caso haja alguma referência a outra obra no texto foi feita pelo meu inconsciente. 

15.4.10

Sobre Russo

A década de noventa foi um período estranho, principalmente para quem passou a infância, tudo naqueles anos "ria" dos anos oitenta ainda que fazendo muitas coisas recicladas, tudo ali começava a "limpar" mais as cores fortes da década passada, com pouco sucesso diga-se de passagem, as roupas eram estranhas e hoje motivo de deboche, o rock mundial começou várias experimentações que posteriormente deram certo enquanto o nacional fazia variações dos mesmos acordes com letras pseudo-intelectuais.
 Em meio ao caos visual e mental dos anos noventa, uma professora me atentou para uma letra de uma banda, foi ler e virar fã na hora, era "pais e filhos" do Legião Urbana (nesse tempo eu ainda era comunista por vocação), foi então que conheci Renato Russo, líder, interprete e compositor daquela banda, nunca antes tinha dedicado algumas linhas a esse período da minha  vida, como no último dia 27 de março Renato completaria 50 anos e em meio ao hype formado no twitter e na mídia em geral relembrou-me os motivos pra mim ter deixado a Legião Urbana nos anos noventa.


 Legião Urbana, (junto ao Nirvana e Oasis) talvez seja a maior responsável de eu não ter virado "chicleteiro", hoje posso ter uma visão "de fora" daqueles anos e perceber como a percepção daquele período mudou, eu cresci com as letras de Renato, não nego isso, mas há muita hipocrisia nessas "homenagens" a qual muitos estão fazendo, primeira coisa, você que é fã de Legião e assim como eu já ouviu tudo que ela fez (o disco "dois" é meu favorito), incluindo os álbuns solo de Renato: não dê ibope pra essas regravações caça-níqueis, o Renato Russo morreu, aceite isso, regravações com fulano de tal e os dizeres "parceria inédita" é tudo lixo, esses tipos de disco são feitos pra usurparem de fãs a paisana, pensa só, os caras tinham duas ou três músicas inéditas do cara, regravam outras com outras pessoas, juntam gravações dele falando umas merdas e botam no mercado, afinal o "cara é o Renato Russo, os fãs querem", BULLSHIT!! não se envergonhe brasileiro, isso acontece em todo lugar, temos que combater, dado o recado sigamos.
 É quase unanimidade de que os fãs de Legião Urbana são dos mais chatos do país, perdendo por pouco para torcedores do Flamengo, fãs de Engenheiros do Hawaí e Cearenses, Renato Russo é um ícone diferenciado no cenário rocker do país, escrevia bem, e sua sonoridade ainda que nada inovadora, servia de forma eficiente as letras, agora sejamos sinceros, a forma messiânica como ele é tratado é tediosa, não me admira que o rock Brasil não cresça na mídia grande (tv), ficamos a sombra de um bom escritor de rock, onde uma maior homenagem seria se começássemos a ver o rock nacional como algo que pode crescer por seus meritos "vivos", não por se espelhar em figuras importantes do passado que em si copiavam do mainstream, o que eu quero dizer é, entendam Renato Russo como um produto do seu tempo e não um fim no rock Brasil.

Nota mental: nunca vi Sex Pistols no som do Legião.        

27.1.10

Obrigado pelos peixes



Hello 2010,
 Estava eu um tanto ausente dessas bandas por motivos pessoais, tcc, emprego, contas... coisas que a década mal chegou e me impôs, lá se vão os anos de cultura pop em massa para abrir espaço para o então dilema universal: "fazer alguma coisa da vida".
 Os anos "zeros" foram minha academia Jedi, nunca antes havia amado, chorado, sentido tanto quanto nos anos que se passaram, o mundo dá voltas e talvez a única coisa que mude é em que cadeira do cinema você se senta, passei de expectador para personagem, de filho para pai, de um ponto insignificante no universo para um ponto insignificante no universo que ri disto,  sinto-me o velho Cash numa cadeira de balanço ao ver estes anos repletos de conhecimento inútil, sexo, risadas, rock, postagens, drogas e lasanha.
 Apesar de nunca trocar os anos que se passaram, não desejaria tê-los de volta, entendo agora que tudo que vale a pena é devido sua imprevisibilidade, deixar o colégio foi como deixar a condição estabelecida há anos, então veio a universidade com sua diversidade de pensamento, e quando deixo está, o que o futuro me reservará? não paro pra pensar nisto, seria estúpido da minha parte, o que aconteceu aconteceu, serve de piada futura, mas não como padrão, ansiedade e euforia do que virá, mas antes de tudo fazer não um amanhã  (meu lado paulo coelho aflorando) e sim um "hoje".


"We'll meet again
Don't know where
Don't know when
But I know
We'll meet again
Some sunny day


Keep smilin' thru
Just like you
Always do
'Til the blue skies drive
The dark clouds
Far away


And will you please say hello
to the folks that i know
Tell'em that I won't be long
And they'll be happy to know
That when you saw me go
I was singing this song [...]"


(We'll meet again versão Johnnycashiana)


 Bem, o caminho a qual seguimos, segue ao nosso lado e o que fica são as boas músicas e o prazer de não saber o que vem depois, a vida segue até depois dos créditos e o que "tiver que acontecer vai acontecer" é o tipo de coisa que talvez alivie a preguiça de procurar algo pra fazer, mas não deixa de ser meio idiota, vá atrás porra, a década acaba de começar.

16.11.09

SER4SGUM

 Domingo atípico na capital paraense neste 16 de novembro onde me vi dentro do supra-sumo dos eventos alternativos, o 4º festival Se Rasgum que traz uma caralhada de bandas locais, nacionais e algumas gringas no intuito de saciar a sede de indies, metaleiros, tiozões e desocupados em terras do nortis.  SeRasgum Oficial.  

 Estava na cidade a pedido de um amigo para o 33º evento anual de comemoração ao seu nascimento, o que podia tambem ser encarado como seu aniversário ou um comunicado: "cerveja grátis pessoal!! venham!!", copos e conversas baratas entre amigos e as meninas de classe que nunca me dão confiança, um senhor cantando mpbs desconhecidas para menores de 30 anos e porções de carne mal passada faziam a "preparação" ou "aquecimento" para o festival, que havia começado dois dias antes e que se encerrava naquele domingo, conheço aquela cidade desde pequeno, mas definitivamente nada ali no bairro da sacramenta onde me encontrava,  já um pouco alto, seguimos a desbravar a cidade em busca do African Bar, onde o festival seria realizado (pelo segundo ano consecutivo), local mais que apropriado, o lugar dava a sensação de pequeno e intimista quando tinha um espaço bem amplo que acomodou bem a diversificada programação do evento, pechinchei o ingresso na frente por 18 pratas e entramos quando acabava a apresentação da AMP, banda pernanbucana de guitarras altas e bom entrosamento entre baixo e guitarra, assiti estes pouco, assim como a seguinte, Hablan por la espalda, banda uruguaia de hardcore que vinha pela primeira vez ao festival, pra falar a verdade essa eu nem vi, apenas coloco aqui por que estava na programação, seguimos para a praça de alimentação para abastercermos, cervejas geladas quatro por dez (ainda que a questionável Cerpa Gold), o que obrigavamos a comprar quatro por vez, pechichamos o sushi enquanto passeavam pelo local as indiezinhas que só encontrariamos em pub inglesas, o dia não fora escolhido ao acaso, já havia passado muita coisa boa nas apresentações do dias anteriores, Nação Zumbi, Pato fu, etc... mas era naquele dia que o rock pesado se fazia anfitrião, não minto em dizer que esperava por anos as duas pricipais apresentações da noite, Matanza e Velhas Virgens.

"To hell with Belém"

 Os primeiros citados, então precursores do countrycore no país me fizeram voltar aos meus 17 anos, onde mulheres e bebidas ainda não me consumiam tanto, o rock era tudo que bastava, talvez peque em dizer isto visto o fato recente, mas foi o show a qual mais curti na vida, muito em função do audio, muito bem posto e do nivél aceitavél de alcool no sangue, fui perto do palco (na famosa zona do guargarejo) e pude ver o vigor da banda do "viking" que tem de trunfo a interpretação do mais puro clichê do rock, o "rock pra macho porra!", algumas músicas como "Todo ódio da vigança de jack buffalo head", "tempo ruim", "bom é quando faz mal" e "Pé na porta e soco na cara" (aos fãs acrescentem mais uma dúzia de músicas aqui) foram grandes ápices no show, sem contar a clássica "Ela robou meu caminhão" (que mostra qual a verdadeiro medo de todo homem...), na pausa o palco alternado começou Stress, primeira banda de trash metal do Brasil, propaganda imbutida da mesma, onde as pessoas voavam (literalmente) nesse intervalo para a esperada Velhas pude esbarrar no Bnegão, tirar uma foto com a Syane Neno (apresentadora "sonho de consumo" local), um tapinha nas costas do Elder Effe, voz e guitarra do Ataque Fantasma alem de reconhecer alguns coleguinhas de Twitter, até me surprender com o que viria.

 Pay attention guys: se você tem algumas audições de Velhas Virgens, assim como eu tinha, esquece-as, o show é o caralho (termo que melhor define-os).

"Belém, terra quente pra caralho, bom pra tomar cerveja!!"  Paulão

 O esquema de rocknroll com letras escrachadas não é de hoje, na verdade o humor no rock é uma questão de interpretação, ele existe em maior ou em menor grau, mas as velhas virgens nos seus mais de vinte anos de estradas (e sacanagens nacionais) nos mostram o desejo mais humano através das músicas, o de querer gozar, aliando rock clássico e blues com letras sexualmente-alcoolicas (ou vice-versa) o vocalista Paulão encarna o puto sacana motherfucker ao lado dos vocais melosos de Juliana Kosso e assim "putaria" está formada, grande parte das músicas não conhecia, o que não fez a mínima diferença, sempre contando com refrões grudentos, no melhor estilo "bebados cantando junto" se fez o show pra dançar, gargalhar, beber e beber bastante, já figurando clássicos instantaneos do novo disco dos caras como "O amor é outra coisa", "Strip & Blues"e a pura poesia de bar "A última partida de bilhar" alem de hits underground que na minha opinião se reinventaram ao vivo como "Siririca Baby", "Uns drinks", "O que é que a gente quer?" entre outras... Impressões pouco sóbrias de uma noite delícia entre amigos e parceiros de bar, a ressaca cotidiana não me fez deixar de ir pro trabalho e ainda cansado fazia dar pequenos sorrisos lembrando da noite anterior, se estiverem vivos ano que vem, esperimentem, #fikadica.

 Os mais aptos sobreviveram...

Fotos tiradas do Flickr do Serasgum
  

23.9.09

EP [ou] To Bash In Minds


 Nas segundas mornas, nas ruas vazias, nas escadas do condomínio, para o banco da praça em tardes de brisa enquanto balançam os bambuzais, para filmes sem sentido, para cartas nunca enviadas, para e-mails a uma desconhecida, para o jantar requentado ao lado do ensurdecedor não tocar do telefone, para a televisão sem som, para dias ímpares com gosto de pizza fria, para olhares alheios, para o punhado de palavras que o vento traz vez ou outra para lembrarmos que existe melodia cotidiana, para os textos de blogs abandonados, para o abraço ao parente distante junto ao sorriso fácil, para um gole de cerveja no meio do dia só pra abrir o apetite, para as lembranças boas de épocas não vivídas, para a piada sem graça e o chocolate quente num dia de chuva, para o cara e coroa em final de campeonato, para o Kafka guardado na estante esperando sua vez, para o esperar do ônibus das nove e meia, para o sorriso dado ao ler a menssagem enviada uma hora da manhã, para o sono tranquilo do garoto, para os dois reais achados no bolso da calça, para o marcar do ultimo item da lista como feito, para as músicas sem refrão e as pernas das meninas de fora, para as moedas chaoalhando no bolso e o beijo de despedida....   

Um EP de valor símbolico, com direito a capa e título, de algumas coisas que ajudam a manter o equilíbrio.  



1.Do you Realize (Flaming Lips)
2.Star (Primal Scream)
3.In The World (Moby)
4.High and Dry (Radiohead)
5.Knife (Grizzly Bear)
6.No Cars Go (Arcade Fire)

tente isso.

9.9.09

#thenines

 
 Number nine, number nine, number nine, ... (Revolution 9 - White Album)


  Lembro com uma certa clareza meus primeiros porres, foram na praia e lembro claramente de não estar conseguindo identificar o por que tantas pessoas mudam seu comportamento com uma certa quantidade de alcool no sangue, a vodka barata estava pela metade e não via o tão esperado efeito, devia ter uns quinze anos, onde toda forma de diversão é mais para que outros pensem que estou me divertindo que para o ato em si... levantei de onde estava para pegar algo e então o alcool se manifestou, os sinos bateram, os anjos cantaram, o corpo se desequilibrou, os pensamentos se chocoalhavam na minha cabeça e as pessoas ficavam mais interessantes e sorridentes, aquilo foi incrivél, naquele instante, pouco mais de alguns segundos entendi toda nossa sociedade ter suas bases culturais na manipulação e utilização de drogas, pensava em tudo aquilo no estante em que alguem me segurou e riu. Nunca mais tive porres como naquele verão.
 Pensei nisso enquanto ouvia Magical Mystery Tour (1967) dos Beatles e lia sobre o lançamento de Beatles Rock Band, esse era dos poucos albuns que ainda não tinha do fab four, li um pouco sobre o album e me inseri novamente no contexto a qual os conheci, de certa forma a arte tem suas formas de entorpercer-nos tambem,  o corpo tem suas artimanhas para se apegar ao novo, se alguem me pergunta sobre meu grande amor ou minhas grandes amizades me vem a mente minhas primeiras experiências sem titubear, ainda que recorde de outras, as primeiras deixam uma impressão firme, como marcar a ferro um búfalo selvagem ou cortar uma mangueira no meio de Bélem.
 A arte do entretenimento tem alguma fórmula de se reinventar que traz suas melhores características com o tão almejado "novo", ainda que nunca mais serei aquele moleque que assistiu Pulp Fiction em êxtase, ouviu Beatles e Rolling Stones pensando "é isso que eu quero quando crescer", jogou Zelda como se fosse a própria vida e leu Pulp de Bukowski gozando com o cérebro, o entretenimento sempre dá um jeito de me surpreender (assim como os porres), o novo não necessáriamente é algo recente, o que é novo pra mim pode não ser a outro, conhecia algumas músicas do album de 67 dos Beatles, mas o conjunto da obra não, o que fez recordar e redescobri-los no meio de uma tarde cheia de noves... 
 
 Provavelmente vai demorar um pouco pra mim conhecer o novo Rock Band, afinal minha fonte de novidade não se encontra nessa década, e antes que me esqueça, feliz novedonovedonove, talvez alguem pense que é só mais um dia, sim é mais um dia, mas é sempre é um bom dia para encontrar um motivo pra celebrar.

imagem do HUBLE cedida pela NASA no exato dia de hoje.

2.7.09

Caminhante da Lua


 Não sou grande fã de Michael, pra ser sincero nunca ouvi um disco todo dele, ao saber pelo twitter da morte do artista um onda nostalgica me invadiu e relembrei que em algum momento ele já tinha sido meu heroi, sabe aquela frase de Magnolia: "Nós passamos pelo passado, mas o passado nunca passa por nós", talvez resumisse o sentimento que tomou-me naquela noite de quinta, sou da última geração que viu Michael ainda fazendo algo bom, fui apresentado a ele num VHS antigo do meu tio que continha Moonwalker, era sensacional os clipes, pequenas obras de arte, nos seguravam na poltrona sem nos dar chance de sair, transformou-se ali no ídolo clássico, onde todos queriam imitar, a dança não era mero complemento, era parte do espetáculo, seu legado vemos hoje em programas como idolos, onde artistas querem cantar e dançar assim como ele, tirando que com ele não parecia piegas... em meados da década de noventa o fantástico exibia "Black or White" ele ainda "reinava" quando segui por outros rumos musicais, em suma Michael estava "morto" para a música há tempos, seus trabalhos da segunda metade da decada de noventa não chegavam mais ao patamar dos anteriores  e sua morte só veio por fim na carreira formada na decada de 70 e 80, não dava pra considerar ele como "mais um na multidão" visto suas revoluções musicais, mas de certo o Michael ícone eternizava-se enquanto a pessoa se deteriorava.  Não entendam mal, dizer que não gostava de Michael seria trair meu eu de dez anos, apenas não o levava a serio mais.
 Ele ficará no imaginário pop enquanto este existir. 
 
 Postêr de Moonwalker, assitam e sejam felizes.

7.4.09

Sobre algumas coisas

 Fiquei pensando nesses últimos dias nesse post e não conseguiria parar de pensar nele se não fizesse o meu. 

 1_ A primeira pessoa a qual me apaixonei durou pouco mais de dois meses, morávamos em cidades diferentes, dificultando o contato, tinha conhecido ela na praia, um amor de verão, certa vez estávamos sozinhos na casa de uma tia minha e beijavamos no sofá quando ela tirou a parte de cima da blusa e aquilo foi como algo explodindo dentro de mim, ela estava pronta pra se entregar até que eu, a recusei, por achar que estava com alguma doença (algo que pus na mente), queria proteger ela e preferi que não acontecesse, demos uns amassos, fechamos a casa e saimos ainda com os corpos abafados, mesmo sem transarmos ela sorria pra mim na rua e aquela é das poucas imagens que tenho dela na mente... pouco tempo depois ela acabava comigo e voltará com seu ex-namorado a qual  engravidou pouco tempo depois, as vezes penso que o que aconteceu naquela tarde mudou todo o rumo da minha vida.

 2_Meu melhor amigo quando muleque era meu primo e vizinho e apesar de não ter tanto contato com ele hoje, o prezo como irmão, lembro-me de uma festa de são joão onde os "adultos" não deixavam crianças pegarem os rojões (por motivos óbvios) resolvemos então roubar um, após aquela piscadela confirmando o furto, entramos para o quintal da casa dele e resolvemos acender o rojão, eu como mais velho requeri o direito de segurar e ele de acender, tudo pronto ele riscou o fósforo e acendeu o pavio, levantei o rojão e fechei os olhos, quando o rojão estourou ele foi na direção contrária e acertou a uns cinco centimetros do meu pé, ficamos estáticos sob o acontecido, saimos do quintal sem dizer nada, viramos um para o outro com a certeza estampada nos olhos de que aquilo foi algo errado.

 3_Eu chorei quando vi Forrest Gump pela primeira vez.   

 4_ Meu pai faleceu quando eu estava pra fazer um ano, nunca senti falta mesmo, tirando os dias dos pais a qual ficava um pouco triste sempre achei que pude escolher minhas referências paternas, como que retirando um pouco dos meus tios e dos pais de colegas. Descubri que não havia a falta do meu pai ali, porque de alguma forma ele estavá lá, não estou falando espiritualmente ou religiosamente,  mas sociologicamente, as pessoas que ele convivia, conversava, se entretia, estavam ali, ele era parte daquilo, como agora eu sou. 

 5_Certa vez disse a uma garota que queria ficar com ela e mesmo com nosso histórico de mágoas ia dar tudo certo dali pra frente, a convidei pra ir comigo a um tributo ao Tim maia, cara que prezo pacaralho, quando em casa ela me liga e diz que está tudo acabado, está com outro e vão ao tributo do Tim; "PUTAQUEOPARIU" pensei na hora, até o Tim maia tinha me traido.

 6_Já escrevi um livro, passei boa parte do ano de 2005 redjindo um texto cheio de referências pops numa narrativa "maldita" alá Bukowski, quando aposentei meu processador foi junto ao hd o texto, nunca procurei recupera-lo, hoje penso como aquilo tudo foi uma merda de desperdicio de tempo. Ainda não desisti de um dia escrever um livro, mas definitivamente não aquele.




(diga não as correntes)

28.2.09

Boca Aberta

 Fazer projetos é comum a qualquer um, do mesmo modo que se desfazer deles também, desde tomar sorvete à cursar uma universidade.

Quanto não foi minha surpresa ao me deparar (e logo adquirir) com um autor de um projeto de anos atrás, ler não só Boca Aberta, mas sim Vitor Paiva foi realizar um plano antigo, foi relembrar o contexto a qual eu planejei lê-lo, ainda em mente suas ótimas colunas na revista Mtv, deliciando-me com seu texto inteligente, alem do mais, me lembrou do tempo que ler bons textos era raro e por isso eram pérolas transformadoras de adoslecentes pseudoalguma-coisa, ler paiva agora, anos depois daquele projeto foi como uma máquina do tempo, como ouvir aquela música que uma garota assobiou perto de vôce, lembrar de tempos que não precisava lembrar de muita coisa. Há, sobre o livro: pra ser sincero, não entendi muito a poesia, parece um texto traduzido no Google translator, poesia moderna (demais) que vez ou outra toma forma, mas quase sempre está camuflada de significados intimistas.

Bem...
Nunca é tarde para se "desempoeirar" um projeto.



"Peguei no ar
Chet Baker no colo
Num solo estelar
 antes de se estatelar"

Vitor Paiva no poema Amsterdã do livro Boca Aberta

20.12.08

Homenagem sem motivo.

 Final de ano e nada mais ritualesco que um monte de gente comprando bens desnecessarios e comendo coisas impostas pela midia.  Sim, eu gosto de natal, afinal de que adianta a racionalidade senão para fazer festas de ano pós ano pela simples passagem para outro ciclo? 
 Esse foi um bom ano para esse que vos escreve ou diria um ano peculiar cheio de novas experiências e bons filmes, entre o trampo e cuidados com meu filho me deixo fazer as tradicionais listas de fim de ano, filmes, series, albuns e um monte de entulho pop consumido entre pagar uma disciplina na capital,  fazer um projeto,  dar aula para infernais alunos de quinta serie e cuidar do meu pequeno discipulo. 
  Deixo aqui um homenagem sem motivo a coluna ZOOM que leio semanalmente do Ronaldo Passarinho no Liberal, onde este também adepto das listas de final de ano diz que não assistiu a tudo e nem queria, fez questão de perder algumas estréias, "quem assiste a tudo o que entra em cartaz pode até gostar de filmes, mas não gosta de cinema", não concordo com tudo que o Passarinho diz, mas certamente sei reconhecer que o cara escreve bem.
 Na coluna este sabe que aqui na Terra Brasilis o cinema é mal-tratado e considere então a questão das Terras do Norte, onde todo filme concorrente do oscar nem estreiou, como o mesmo diz, na Terra do Moviecom. compreensões regionais e criticas bem escritas são é um grande atrativo.
 Atá, na lista do citado estão Batman: Cavaleiro das trevas, Sweeney Todd, O Barbeiro Demoníaco da Rua Fleet, Fim dos Tempos, Império dos Sonhos, Sonho de Cassandra, etc... (ele não os coloca em ordem).
 Por algum motivo sempre quis dizer que lia essa coluna, não para me "mostrar", mas sim para homenagear pessoas que estão no cotidiano e fazem parte pensamos, afinal, o sentimento finaldiano não serve para isso? saia da frente desse computador e faça uma homenagem sem motivo tambem.  


(O Titulo do Post é de um Texto do Vitor Paiva que falava justamente disso, fazer algo sem receber nada em troca ou alguma coisa do gênro)

Blog De cinema (por Ronaldo Passarinho)

13.12.08

Uma musica para salvar sua vida...

E quando menos se espera ela entra, senta no sofá da sala, liga a tv como se sempre estivesse ali e você não consegue dizer não por que sabe que renega-la seria aceitar o marasmo cotidiano, você sabe e as pessoas não vão perceber, mas ela salvou sua vida. Sim estou sentimental, deixo aqui algumas palavras para as musicas que surgem do nada e preenchem os espaços vagos ou mesmo criam esses espaços, pode te conquistar aos poucos como Fake Plastic Tree do Radiohead, ou nos primeiros acordes como Wonderwall do Oasis mas independente disso, de certo você vai sair a rua e achar o céu mais azul.



Beirut - Elephant Gun (do Ep de 2006 Lon Gisland)

Pra veres como são as coisas, eu que seguia desacreditado nesse final de ano encontro essa musica (que me levou a banda), e volto a achar que o mundo nao está perdido. 

Sim, dou meu braço a torcer pelo sonoplata global que entre muitas merdas fez jus ao salário.


12.11.08

para casa

Dia desses discutia com a garota G a razão de existir "besterois", American Pie e outros... (alem é claro do valor comercial). Bem, não existi razão, existi porque seus produtores, os States, não tem nada melhor pra fazer do que esses filmes com argumeno estupido.
Agora, para que o cinema serve senão para contar uma história? para imaginar algo, tido isso em mente, os american pies servem para imaginar aquelas situações bizarras e entreter, um filme não vive de uma boa idéia como uma boa idéia não faz um bom filme. Há inúmeros filmes que não são nem um pouco originais e ainda sim são bons, e outros com cenas antológicas, mas de pouco rendimento como um todo. Assisti esses dias três filmes diferentes entre si e de idéias originais, e que em nem um momento se mostraram pequenos frente sua idéia, recomendo com força.

Semana Divx

The Host de Joon-Ho Bong (Coréia do sul - 2006) 

Teeth de Michael Lichtenstein (USA - 2007)

Be Kind Rewind de Michael Gondry (USA - 2008)

Recomendações para mostrar que no fundo do peito deste blog tambem bate um coração calado... (que está de volta) 

10.8.08

Enquanto Isso na sala de estar...

Ocupações cotidianas e um guri me ocupam nesta volta do campus unversitário.

.A China promove as olimpiadas e a madrugada me fornece seus esportes aleatórios, que fortificam minha teoria de que os jogos olimpicos foram feitos para os sedentarios (como o que vos fala), como nada é de graça, os sedentarios com tv a cabo estão bem melhor que eu, que tem que contar com flashs e a porcaria da "madrugada olimpica". Os paises mandam seus atletas para fazer coisas que ninguem faria (e até vender alguns produtos) e nós apreciamos o grande "circo", me vendo a apelos baratos e participo do momento sofá-tv entre o handbol e o Judô.
Os jogos tambem influem nas relações pessoais, expandindo o sentimento olimpico na familia, onde aquele tio distante sempre quando chega pergunta: - E então já ganharam outra medalha?.
Gosto de futebol (talvez por alienação nacional), gosto de basquete... e os outros esportes assisto como aquele filme do Spilberg, sempre tem coisas legais... Agora, vai a dica aos sedentarios amantes de olimpiadas, NUNCA perca a ginastica olímpica.

21.6.08

Noite Paraense

A internet de certo é a responsavél pela criação de diversos universos paralelos, explico, mesmo um dançarino de cumbia da venezuela pode estar informado com a parada gay da espanha, iso porque cada um consome o que bem quer, e como a rede mundial tem de tudo, cada um tem seus próprios "programas", assim vou chama-lós. Bem, enrrolação pra dizer que mesmo estando na terra do meio (leia a introdução desse topico), onde a floresta está sendo devastada para os sem-terras, criação de gado, proliferação de kitnets e cybercafé's, encontra-se um alienado que conhece mais os festivais do país do que a cena cultural local, sei que não sou o único, e isso muito e devido a um emprego meia-boca e muito entulho pop que me consome.


No ultimo sabado (dia 14), resovemos, eu e a garota G, sairmos do mundo locadora e banca de revista para o mundo boêmio da cidade das mangueiras... estavámos no Liverpool a tomar uma breja quando surgiu a idéia de irmos ao Açai Biruta onde estaria acontecendo o lançamento do 3º festival Se Rasgum, foi então que começou nossa odisséia pela noite paraense nunca antes vista... (dramaticidade inclusa).
Contamos la bufunfa, negociamos o taxi e seguiamos pela primeira vez ao Açai Biruta somente antes consultado no Google earth, atravessamos a cidade e fomos parar as margens da baia do Guajará, o bar encontrava-se como alguns tantos da cidade num gueto sujo que dava pra um trapinche o famoso clichê do gastar muito pra parecer que não gastou nada..., eu a garota G não entramos a principio e ficamos bebendo na entrada visto que não tinhamos dinheiro extra para as brejas, nos garantimos então por ali mesmo.
.
- Legal aqui não é? Perguntei ao senhor que vendia bebida.
- Aqui é muito bom, sempre dá muita gente.
- Do trapinche fizeram um bar, legal.
- Eu tô vendo um barco ali. Diz a Garota G
- O bom é que qualquer coisa se joga no rio e pronto.... rsrsrs
- tu pensa o que? é pro rio mesmo, num tem saida de incendio pra cá não, tem que se jogar no rio mesmo se der merda.
- Porisso que tem gente que vem pra cá e acorda em cotijuba.... rsrsrs
- É.
-...
-...
- Aqui o da cerveja, acho que vamos entrar.

Entramos, o motivo de mim estar relutante em vir era que no Liverpool, tocaria Beatles Forever, mas como eles tocam lá todo sabado (religiosamente) optamos por vir ao Açai, e tambem pelo fato que das bandas a se apresentar estaria Edi, banda de recife percursora do movimento Mague Beat, dai meu preconceito, gostava de alguma coisa do Nação Zumbi (minha banda referência do movimento), mas tinha certo receio dos tumti-patum (ou mesmo coisas cabeçudas) que eles faziam. Entramos e um dj ralé do ceará se apresentava (com grande parte do repertório descartavél), fomos então conhecer um pouco do local, que ao final se pôs no top dos bons bares da cidade, o Açai Biruta é uma casa de show bem ampla com diversos ambientes (não, não estou ganhando nada com o jabá) e o ambiente mais peculiar é o navio estacionado, com escadas para o livre transitar por ele, alem da Tapiocaria Paraense que se encontra dentro do barco. passeio pelos ambientes feito, fomos ver a presentação do Edi, compramos uma cerveja e nos posicionamos pra ver a banda, após o meio da primeia música a deconfiança de principio deu lugar a um sorriso maroto e ao balançar invonluntário do corpo, numa mistura de samba, reggae e uma guitarra ala recifiana, curti a banda que apresentava-se pela primeira vez em Belem, a vida boêmia é algo irrecusávél, tentadora, viciante, em meio a danças com direito a passinhos inventados na hora, fiquei pensando o que fazia em casa ha tanto tempo, após a apresentação (e a volta de um outro dj meia boca) comemos arroz com galinha e vatapá que uma senhora estava a servir, voltamos para a apresentação principal tamanha 3 horas da manhã e o desgaste ja era visivel.


The Dark Charque of The Moon, entrou sem apresentações, a banda é um projeto do La Pupuña, banda paraense, herdeiros confessos da guitarrada, era no minimo curioso o projeto, guitarrada e Pink Floyd, a brincadeira com o nome é uma referencia a como o paraense chama a genitalia feminina, curiosidades a parte, encarei o show ja um tanto cansado e os passes ja não eram tão empolgados, apenas se tornando assim quando eu identificava a musica, como money e eclipse, de resto foi curtir o ar psicodelico regional a qual o show incitava, em suma os caras me convenceram como num ciclo de pensamentos, me vi enclichezado com o regional-alternativo-de-qualidade, então senti-me em algo unico, como que privilegiado pelo que ouvia, compramos outras cervajas e mesmo após a banda ter ido embora a garota g ainda dançava pa me fazer inveja pois não conseguia pensar direito com o cansaço, a manhã ja se mostrava presente quando procuravamos pechinchar a volta pra casa.
Experiencia gratificante e passo a incluir a noite da capital nos projetos futuros assim que a verba entrar e não ter que tirar do leite das crianças e nem do cinema...

12.6.08

Erros Propositais

Por um tempo deixei de ler revistas de metal por achar que estava fazendo a mesmas coisas que as dondocas faziam com seus artistas favoritos, só que ao invés de saber o quem ia casar com o Fabio Jr estava sabendo que os integrantes do Iron maiden faziam nos bastidores, ou que o vocalista de tal banda botava um piercing num lugar peculiar, bem no fundo tudo era fofoca, e dai em diante com esse sentimnto deixei de consumir esses tipos de revista, dizia pra mim " o que importa é o trabalho, o que é produzido", penso hoje sobre tudo isso e vejo quanta besteiras eu inventava pra mim mesmo, todo excesso é prejudicial (já diria minha vó com outras palavras), e saber o temperamento e como alguem vive pode me aproximar de alguem ou não, pois devido ao comportamento agente pode tirar conclusões do trabalho, exemplificando: saber que Bukowski era um bebado escritor talvez mitifique mais sua literatura, ou bandas que cantam uma coisa e praticam outra, é injusto com o público, não que isso leve a qualquer lugar... deixe pra lá, OI garota G, sexo a todos.

19.3.08

Big Uncle

Lembranças ao homem que foi meu pai, amigo, me fez gostar de futebol, permeiou minha infância com sorrisos, me ensinou a dirigir, beber que nem gente, ir pro puteiro, contar piadas sacanas e ter essa ironia de familia na ponta da lingua. Lembrança das histórias mirabolantes e do ser humano que vai fazer falta e que com certeza deve estar rindo e animando todos ao seu redor.
Abraços Tio, e faz a capa pra mim por aí.
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