14.8.11

Parágrafo

 Certa vez, um apresentador de televisão pra dar ênfase ao seu programa declarava: "hoje foi escrito, sem dúvida, uma parte da história da televisão, se não um capítulo, um parágrafo bem gordo" o programa a qual ele se referia era mais um reality show chupado da televisão norte-americana, impressão de importância para certos acontecimentos permeiam a impressão de história, ciência, Bukowski sempre se referia a suas putas como as mais belas do mundo, seus antagonistas os mais cruéis, sem se importar muito com algum conselho julgando se isso era correto ou não, verdade, certo, direito, defina como definir, somos reis absolutistas dos nossos pensamentos o que nos leva a juiz e legisladores do nosso próprio gostar (ainda que baseado em outros), volto a este singelo espaço virtual (ou real?), para lhe dar a devida importância que ocupou nos anos já corridos, foi depósito de textos, confissões, desabafos, críticas, analises e adjetivos próprios, foi caixa de brinquedos, oficina de peculiaridades, percepções pessoais de espaço físico e social, porém, sabe como é ouvir o novo disco dos Strokes? É legal, mas não é mais a mesma coisa... Born to be wild... Be water... Talvez alguem numa última cadeira na aula de latim pergunte "e agora para onde os pensamentos irão ser jogados?" Bem, o futuro não é mais como era antigamente e "Por aí" seria o mais próximo de "algum lugar", outras mídias, espaços, praças, calçadas ou bares certamente serão contemplados, afinal "somos a porra da merda ambulante do mundo" como diria Durden, a vida segue o mundo gira e as palavras uma vez escritas fica na mente de quem as leu, 2012 logo ai e como é provável que o blogspot engulira todos os seus blogs falidos levando este junto, território de divagações sobre cultura pop por alguns anos, estes textos escreveram parte da minha história, e, senão um capítulo, um parágrafo bem gordo. 

25.5.11

perdidos

 Tempos desaparecidos por essas bandas, volto neste 25 de maio, dia da toalha, pra postar este texto do SerieManiacos,  que fez uma serie de textos sobre as melhores series da década, uma destas Lost, foi sem dúvida das mais marcantes, aqui é retratada num texto bem bacana. O texto contém spoilers da sexta e última temporada.

LOST por Ewerton de Freitas




E cá esta ela. Lost. Citada pelos leitores do site em todos os textos deste ranking. Você pode amá-la ou odiá-la, mas jamais ignorá-la. Atire a primeira pedra aquele que nunca madrugou fazendo maratona de Lost. Atire a primeira pedra aquele que nunca madrugou à espera de uma legenda e se atrasou no trabalho na manhã seguinte… Não tem nem discussão, Lost marcou não apenas esta década. Ela entrou pra história da TV e introduziu uma nova forma de se ver e de se fazer televisão.
Se você tem alguma dúvida da relevância de Lost, lembre-se de que o último episódio da série foi transmitido simultâneamente para mais de 59 países. Fora a galera que acompanhou pela internet. O mundo todo estava conectado no mesmo momento, independente de fuso-horário, para acompanhar os lances finais da saga dos Oceanics. Na TV a cabo, o episódio chegou em menos de 48 horas para vários lugares do mundo. Algo que há algum tempo atrás  era inimaginável.
Claro que a ‘culpa’ (de toda essa pressa em transmitir o episódio final) é dos fãs. Se as emissoras de tv não se mobilizassem, seriam passadas pra trás pela internet. Afinal, poucas horas depois de exibido um episódio nos Estados Unidos, nós podíamos  assistí-lo com uma legenda de qualidade impecável feita pelos fãs e disseminada na rede.  Legenders distribuídos em diversos estados do país trabalhavam na madrugada, voluntariamente, e em menos de três horas publicavam a legenda para quem quisesse ver.  Na mesma semana, era possível encontrar o episódio exibido nos EUA, em barraquinhas de câmelo em São Paulo.  Ou seja, um fenômeno.
Mas, como explicar este fenômeno? Sabemos que a grande massa que assiste TV gosta mesmo é do ‘feijão com arroz’, tramas simples, manjadas, heróis e vilões, histórinhas fáceis de assimilar. Como explicar, então, o sucesso de uma série tão complexa como Lost? Filosofia, física quântica, religião, ciência, fé, mitologia, enfim, um emaranhado de coisa complicada sendo abordada sem nenhum didatismo?  Um exemplo simples: Na novela ‘Passione’, Sinval pediu sua prima em casamento.  E todo mundo sabe que sexo entre primos pode resultar num bebê com algum tipo de problema de saúde, certo? Errado. Na novela das 8 (que tem todo tipo de público), um médico precisa explicar por A+B como isso acontece. Praticamente uma aula de genética com linguagem simples, pra todo mundo entender. Em Lost,  por sua vez, cita-se ‘Efeito Casimir’ e só. Você pausa o episódio e dá uma ‘googolada’. Pronto, você pode continuar assistindo. Percebe a diferença?
Não estou criticando o ‘didatismo’ das novelas, mesmo porque sabemos a realidade triste do nosso país. Mas Lost mostrou que nem sempre a tv precisa subestimar o seu público. Mostrou que uma trama complexa também pode dar audiência. Revistas, livros, jogos, fóruns na internet, todo tipo de plataforma serviu para discutir e refletir os mistérios de Lost. A chave para algumas respostas  eram distribuídas em games, por exemplo. Quantas teorias não foram criadas na rede? Era praticamente um hábito, assistir a série e correr pra internet para comentar, discutir e pesquisar as referências e citações do episódio da semana.
Um outro diferencial de Lost, pelo menos com relação às outras séries, é que ela teve o seu final planejado com bastante antecedência. Logo depois do término do terceiro ano, a ABC informou que a série iria encerrar a saga na sexta temporada.  E por que isso foi legal? Vou explicar: construir um roteiro não é fácil. Construir um roteiro com flash-backs, flash forwards, viagens no tempo, personagens interligados, temas complexos, etc,  é uma tarefa ainda mais difícil e perigosa.
Via de regra, quando você escreve um roteiro, você precisa ter toda a história pronta, arquitetada (pelo menos boa parte, o plot principal dela).  Ao longo das temporadas, muita gente chegou a dizer que Lost havia se perdido, que estavam inventando demais, que nem os roteiristas sabiam pra onde a série estava indo. Ledo engano. Conforme os episódios corriam, fui tendo a certeza de que eles sabiam muito bem o que estavam fazendo.  Fatos que haviam acontecido na primeira temporada, ganhavam significado e relevância em determinado episódio da terceira temporada, por exemplo.  A relação entre os personagens, os mistérios, tudo foi se interligando de maneira muito bem construída.
E se você tem dúvidas de que a história foi toda planejada desde o começo (quando digo isso, me refiro à trama principal, global, não me refiro à detalhes como a participação de Paulo – Rodrigo Santoro – , por exemplo), faça um exercício: Pense numa história e comece a escrevê-la. Depois mude o final, escreva outro bem diferente. Em seguida, releia toda a história. Muito provavelmente ela ficou com alguns furos e inconsistências devido à mudança do final. Isso porque uma simples mudança no fim, implica em diversas outras mudanças e adaptações no começo e no meio. Você não pode simplesmente mudar o rumo da história no meio, sendo que tudo o que foi construído anteriormente apontava em outra direção. Se fizer isso, o resultado será trágico. Heroes foi uma série que tentou brincar com viagens no tempo e você deve se lembrar da lambança. Brincar com viagens no tempo, flash backs e flash forwards exige um talento. Em Lost, se você for rever todas as temporadas, verá que tudo (ou quase tudo) estava devidamente ligado e amarrado.
Claro, existem furos em Lost, mas nada tão comprometedor que anule os seus méritos. Ficaram perguntas sem respostas? Algumas. E isto me incomodou um pouco, justamente pelo fato dos criadores saberem, bem antecipadamente, quando a série iria acabar. Eu esperava que eles utilizassem melhor os episódios para solucionar os mistérios, afinal tiveram três anos para fazê-lo.  De qualquer modo, nenhuma ciência é completa, nenhuma filosofia é completa, nenhuma mitologia é completa.  É compreensível que eles tenham preferido deixar algumas perguntas em aberto, para que cada pessoa encontre a sua própria resposta. Afinal, de onde vem Deus? Ele existe? É uma resposta pessoal. Digamos que a série respondeu o principal, o suficiente para se manter viva no imaginário do público.
De qualquer modo, vale ressaltar que a iniciativa da ABC de negociar o término de Lost foi louvável. Sabendo da complexa missão que os roteiristas tinham em mãos, a rede foi bastante correta. Se cancelassem a série prematuramente, deixariam a história incompleta, já que não haveria tempo de revelar todas as relações entre os personagens e seus mistérios. Se prolongassem, renovando-a constantemente, também prejudicaria o desenrolar da trama.
Mas, vamos falar sobre a frustração de uma parcela significativa da platéia. Eu divido o público de Lost em dois grupos principais:  Os ‘homens da ciência’ e os ‘homens de fé’. Os homens da ciência buscavam respostas empíricas e racionais para resolver os mistérios da Ilha. Este grupo era representado por Jack (o médico) e também pela Iniciativa Dharma (cientistas que realizavam estudos na Ilha e que procuravam explorar as suas propriedades especiais). Já os  ‘homens de fé’, buscavam respostas e significados místicos. Este grupo era representado pelo ex-cadeirante Locke (que vivenciou um milagre e começou a andar quando chegou  na Ilha) e também pelos Outros (os habitantes nativos e mais antigos da Ilha que procuravam proteger as propriedades especiais dela).  Ora, acontece que no final, o Médico (representante máximo dos ‘homens da ciência’) aceita e abraça a fé. Diante deste fato, a série assume que não há resposta pra tudo.  Que a ciência e a razão humana não conseguem abraçar a complexidade do Universo. Nunca saberemos de onde veio a mãe adotiva de Jacob e do Homem de Preto, assim como não saberemos a origem de Deus.  A Luz que indignou muita gente, emocionou tantas outras. Da mesma forma que alguns ateístas afirmam que a crença em um Deus é uma fraqueza, uma resposta fácil para os problemas da vida, a Luz também pareceu (para algumas pessoas) uma solução simplista para todos os mistérios que a série levantou durante tanto tempo.
No grupo de pessoas que não gostaram do final de Lost, também podemos fazer uma divisão. Uma parte do público entendeu, mas não aceitou. Outra parcela, simplesmente não entendeu direito. Muita gente se confundiu e pensou que TUDO o que havia acontecido era uma espécie de purgatório e que os personagens estavam mortos desde o episódio piloto.  ERRADO. Tudo aquilo aconteceu de verdade, eles estavam vivos.  Eles só estavam mortos nos flash-sideways (ou realidade paralela, criada na sexta e ultima temporada). Os Flash Sideways mostravam como seriam as vidas dos personagens se eles nunca tivessem caído na Ilha. É como se o Universo precisasse te contar a história da sua vida de uma outra forma, para que você compreendesse o porque e a razão das coisas terem acontecido daquela maneira. Nesta realidade paralela, as vidas dos personagens ganharam sentido e redenção. Benjamin acredita que ainda não esta pronto e por isso decide que deve permanecer nesta realidade alternativa. Os demais, caminham rumo a Luz. Seria aquilo o Céu? O Paraíso? Provavelmente. E olha que curioso, o céu não é um campo de golfe, nem um espaço verde infinito com crianças jogando bola de um lado pro outro. Na verdade, é um estado de espírito de total compreensão da vida e felicidade completa, perto daquilo e daqueles que foram importantes para os personagens durante as suas vidas. ‘Por isto estão todos aqui, você precisa de todos eles e eles precisam de você’ é o que Jack ouve de seu pai morto. Todas as situações dos flash-sideways, compõem um epílogo da saga que acompanhamos na ilha. E que saga.
Lost nos fez ler, pesquisar, refletir e calar. E, além de tudo isso, conseguiu nos emocionar.  Acredito que até mesmo os ‘homens da ciência’, sentiram um arrepio ou um marejar no olho quando todos os personagens se recordaram, entenderam a sua existência e se encontraram no fim, na ante-sala do céu. A série foi um grande jogo, um verdadeiro quebra-cabeça. Quando Lloyd Braun (então diretor da emissora ABC) solicitou aos roteiristas que criassem Lost, ele buscava uma mistura de ‘Survivor’ com ‘Naufrago’. O que J.J. Abrams e Damon Lindelof fizeram, foi muito além disto. Lost, a princípio, se chamaria ‘The Circle’ (O círculo) e este nome também lhe cairia muito bem. Embora a série termine no mesmo local em que começou, o contexto é totalmente outro. Ao abrir os olhos em meio ao bambuzal, no primeiro episódio, Jack encontrava ali a sua segunda chance. Ao cair  morto, no mesmo local, no episódio final, ele tinha plena certeza de tarefa cumprida. Em algumas palavras: Lindo, Genial, Épico! Parafraseando nosso querido Desmond: “ I ll see you  in another life, ‘brotha’!”

22.1.11

1808



   Dia desses vi um marcador solitário num livro, daqueles que você deixa e esquece, como os trabalhos acadêmicos se deram por fim (e agora começa a busca pelo concurso público), resolvi dar fim também aquela obra, se tratava de 1808, livro de Laurentino Gomes, que decorre sobre o mesmo ano do título, onde a coroa real portuguesa "foge" para o Brasil.
 O livro tem inúmeras qualidades mas não sem algumas ressalvas, na condição de historiador não poderia dizer que o livro acrescenta na historiografia do tema, além de um único ponto em seu final que comentarei depois, conta com inúmeras pesquisas de obras renomadas pra defender a sua, e tem como base Dom João VI no Brasil de Manoel de Oliveira Lima, o livro traz novamente a história do país a tona, como não se interessar no único monarca europeu que pisou em terras americanas? a viagem que traçou o futuro do país, o rei que driblou o exército de Napoleão Bonaparte além de que tinha inúmeras peculiaridades que hoje dão todo um tom humorado sobre o acontecimento? A obra passou várias semanas como o livro de não ficção mais vendido no país (em 2008), e até hoje tem boa margem de venda por estudiosos e curiosos, a linguagem o fez até render uma edição ilustrada para crianças. 
  Laurentino Ramos que tal qual jornalista que é deixa evidente a falta de neutralidade, indispensável ao historiador, já no subtítulo da obra - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil - e desta forma traz para a mesinha da sala a discussão de história em termos mais populares, mas sempre respaldado em autores de obras correlacionadas, a introdução é feliz em explicar em parte isto, mostrando que a obra é de um jornalista, que tem fontes por vezes pouco confiáveis (como Wikipédia) e outras das mais seguras.
 Em suma, o livro é recomendado, está longe de ser uma obra definitiva sobre o tema e julga os textos acadêmicos como obras fechadas ao nicho, o que a maioria de fato é, ao que acrescenta, a obra traz a filiação de um arquivista real antes do casament,o que até aquele momento era desconhecida, o que é um tanto interessante para observarmos as relações de matrimônio da época, além de bem ilustrado com pinturas belíssimas da época, seu maior trunfo é trazer a história do país novamente ao interesse da massa, best seller, vendeu mais de 600 mil cópias no país.
 A sociedade que conhece melhor sua história pode da mesma forma entende-la melhor.

  Deu até vontade de ler 1822 lançado em setembro passado...            

15.12.10

Impressão de Realidade

Parte da minha monografia.

            "(...) Na noite de 28 de dezembro de 1895, houve a primeira exibição do "Cinematógrapho", máquina idealizada pelos irmãos Lumiére para o estudo do movimento de imagens, Jean-Claude Bernadet nos relata uma parte do que se seguirá naquela exibição:

  Uns filmes curtinhos, filmados com a câmara parada, em preto e branco e sem som. Um em especial emocionou o público, a vista de um trem chegando na estação, filmada de tal forma que a locomotiva vinha vindo de longe e enchia a tela, como se fosse se projetar sobre a platéia. O público levou um susto de tão real que a locomotiva parecia. [...] A imagem na tela era em preto e branco e não fazia ruídos, portanto não podia haver dúvida, não se tratava de um trem de verdade. Só podia ser uma ilusão. È aí que residia a novidade: na ilusão [...] Essa ilusão da verdade, que se chama Impressão de realidade, foi provavelmente a base do grande sucesso do cinema. (2009, p.12)

Bernadet se utiliza do termo “impressão de realidade” para denotar tamanho surpresa que o público demonstrava aos primeiros anos que se seguiu o sucesso da invenção dos Lumière, esta ”impressão” também pode ser encarada pelo fascínio que o movimento levava ao espectador, a imagem em movimento, o acontecimento em frente aos olhos só podia ser encarada como “fato”, aquilo “acontecia”, pois todos os presentes na sala “viram”, como não acreditar no que os olhos lhe mostraram? Se virmos um casal se beijando, como não dizer que estão enamorados? E o assassino do presidente que o matou em frente aos meus olhos? Como não acreditar que o povo de um pequeno país não é inimigo se eles atacam os soldados que nos protegem na tela a frente? Não se pode denotar manipulação ideológica aos primeiros anos do cinema, mas as teorias de realidade caem por terra ao passo que há um propósito de um idealizador por trás.
Instrumento ideológico seria um título apropriado ao cinema que tem em seu gérmen as manobras para a fraude das imagens exibidas, tomemos algumas produções recentes como exemplo: The Rundown (2003, traduzido para o Brasil por “Bem vindo a selva”) filme norte-americano de Peter Berg, os protagonistas se encontram na Amazônia brasileira e interagindo com populares, sendo que nunca se esteve no Brasil de fato, a quem é do Brasil, logo vai saber que os nativos não se tratam de habitantes locais, nem muitos dos costumes mostrados no filme, mas espectadores de outros países como não saberiam identificar tais peculiaridades, tomam aquilo por “verdade”, ao que vale para qualquer costume de um país desconhecido mostrado num filme, outro exemplo, The Passion of the Crhist (2004, traduzido para o Brasil por “A Paixão de Cristo”) filme de produção italiana e norte-americana realizada por Mel Gibson, opta em realizar todos os diálogos em aramaico, latim e hebraico, línguas da época em que o filme retrata, muito dessas línguas se perdeu com o tempo e não fora reproduzido, mas pensemos bem, ainda que fizesse todo falado com os mesmo dizeres da época não deixaria de ser, apenas uma versão?
Os exemplos citados são apenas mostras da “impressão de realidade” dita por Bernadet que surge no começo do cinema e que evidencia o caráter ideológico que o mesmo pode apresentar, o cinema traz em seu primórdio, deslumbramento e informação, e toda informação é contada pela ótica de alguém ou de um grupo, instrumento ideológico hoje indispensável a qualquer líder nacional ou grupo empresarial, o poder influente é de acordo com nível que atinge a população, dessa forma vamos observar como o cinema vai deixar sofrer inúmeras crises, mas nunca o poder das imagens, e pensar que os irmãos Lumière chegaram a dizer que aquele invento não passava de “uma coisa sem futuro”, se tornou nos dias de hoje, arte, entretenimento e antes de qualquer coisa, propagador de idéias.
A forma a qual encaramos o cinema nos dias atuais é bem distinta da do começo do século onde o cinema apresentava outra forma de interagir com a sociedade, se definíssemos em dois momentos, antes e agora poderíamos conferir didaticamente o caráter de realista, porém pouco estruturado no começo do século e complexo e consolidado, porém incorporado a uma banalização das imagens aos dias de hoje, mas a forma como nos manifestamos pelo que tomamos por realismo, por nossa persistência retiniana, permanece em essência. (...)"

22.11.10

Brega S/A

Lançado no final do ano passado, o documentário Brega s/a mostra parte do mundo que envolve a cena musical no estado do Pará, um documentário sobre o Tecnobrega, que ainda que não seja o único ritmo, tomou de assalto o estado nos últimos 15 anos de forma que todos ouvem (muitos como eu por osmose) e que destaca-se por vezes no cenário nacional (o que assusta um pouco), confesso que nunca tive apreço pelas músicas, mas como sobrevivente destas terras, deixo o link deste documentário bem interessante que antes de qualquer conceito moral mostra que não há como ignorar as transformações que estado atingiu, que por bem ou por mal são incontornáveis.



Parte 1 de 6 (todos upados no youtube), créditos da direção @gustavogodinho e @vcunha

9.11.10

Grey's Anatomy







4.11.10

There's something in the water


Um lago subterrâneo é aberto por um terremoto revelando piranhas pré-históricas que transformam qualquer um em petisco, pronto, você já sabe o plot, agora sente na cadeira delicie-se com o longa de Alexandre Aja que desde "The hills have eyes" (2006) não mostrava tamanha vitalidade e uma produção de entretenimento cinematográfico no seu melhor (ao menos para este cinéfilo que nunca cansou do cinema exploitaition), algumas atuações medianas e mesmo algumas linhas previsíveis de roteiro não estragam a diversão, 3Dxploitaition sem firula, é franco, clichê e divertido pode ser a melhor classificação para a nova versão de Piranha, cinema para ser cinema e nada mais, o filme que converteu-se com a atual onda de 3D para o formato, faz uso descaradamente honesto dos recurso, onde Aja destaca na sua opera trash festas com top less e muito sangue (e as vezes até os dois juntos), a desculpa são as piranhas, o fim é um filme compromissado em entreter e divertir explorando desejos incontidos dos cinéfilos, sexo e violência bem orquestrados (não a toa vemos Eli Roth no elenco), Com participações honrosas de Richard Dreyfuss, Cristopher Lloyd e outros, sem falar que Aja ainda nos brinda com a a melhor cena do ano, Kelly Brook e Riley Steele num balé aquático totalmente nuas, sublime... cotação 3/5.

28.10.10

Movie Sessions #4



Darko rules with Tears of Fears

26.10.10

T2


 “Apesar de possíveis coincidências com a realidade, este filme é uma obra de ficção"


 Assim inicia Tropa de Elite 2 - o inimigo agora é outro e pelas próximas duas horas o limite entre realidade e ficção fica pra concepção de cada um, desde a “retomada” na produção de filmes no país em 1995 não se via tamanho expoente, Tropa 2, que traz o capitão Nascimento (Wagner Moura)  agora Tenente-coronel a frente do comando do bope, bota traficante no saco e mete o dedo na ferida aberta do país.
 Confesso que o segundo título dos caveiras me levou a pensar num caça-níquel baseado no sucesso do primeiro filme, pensamento que não procede, os dois filmes tem sua auto-suficiência, e mostram que diversão e discussão social podem estar relacionados.
 O primeiro filme, com o sucesso em grande parte devido a pirataria, ao menos no que se refere a divulgação (ou você não assistiu tropa de elite antes do cinema?) ganhou as ruas no  que parecia um viral, as pessoas falavam de "boca em boca" do filme e queriam ver mais daquilo, documentários sobre o bope logo tornaram-se tropa de elite 2, 3, 4 (!!!) no camelôs mais próximos, evidente que o interesse da população pelo cinema de gênero se fez presente, desde quando o cinema deu seus primeiros passos no Brasil, o apelo do gênero se fazia presente principalmente nos sucessos e trazia com ele o interesse das camadas populares para a sétima arte, aqui acontece da mesma forma, o “povo” foi ao cinema e tornou o filme de maior arrecadação da história do cinema nacional (fonte: filmeB)
 Quinze anos se passam entre o primeiro filme e este segundo, não mais narrado pelo aspira Matias (André Ramiro), toma agora a locução do Coronel Nascimento como protagonista, e se no primeiro conhecíamos o grupo de elite da polícia, o bope, a polícia de farda negra especializado em executar marginais, neste eles servem apenas para menção, “o inimigo é outro” como o sub-título informa deixa a esfera local do conflito e aborda temas de maior amplitude nacional: a corrupção, o que mostra as "bolas" da produção em pleno ano eleitoral.



  Peculiar ver como em determinado momento do filme com a surra de um político corrupto na tela algumas pessoas no cinema aplaudem, a impressão de realidade ou de desejo se faz presente, José Padilha (diretor) e Bráulio Montovani (roteiro) trazem um filme que tenta explicar, as vez de forma até didática, as vias da corrupção, Padilha consolida sua carreira e se mostra o diretor brasileiro mais ousado do atual cenário, mostra disso está no roteiro que é complexo, atira primeiro, e pergunta depois, e ao bem da narrativa não poupa ninguém, as cenas de ação estão bem melhores, bem encenadas e cortadas, se posicionando em momentos clímax perfeitos.
 Atuações grandiosas a parte, Wagner Moura se mostra novamente excepcional, não se tenta fazer uma versão Jack Bauer ou McGyver tupiniquim mas sem dúvida o tenente-coronel nascimento é o herói brasileiro, herói que chora, grita, sente, afinal ele é o que muitos podem se identificar, um em meio a um sistema cruel e hierárquico dominado pelos que mais desprezamos, os corruptos. O filme é feliz em se posicionar com relação a corrupção do país sem esquecer a cartilha básica do cinema, um final reflexivo além de lineriedade na ação, ou mesmo diversão.
 O filme faz sucesso porque parece real ou parece real porque faz sucesso? Em meio a discussão sociológica que se faz presente, discuta, em casa, na mesa do bar ou então ignore-a e cada cachorro que lamba sua caceta.   
  


Este lado da blogsphera está por tempos desatualizado visto a execução da minha monografia, bjomeliga. 

3.9.10

Briefcase Full of Blues



Track List:


1 Opening: I Can't Turn You Loose / 1:50
2 Hey Bartender / 3:01
3 Messin' with the Kid / 3:35
4 (I Got Everything I Need) Almost / 2:50
5 Rubber Biscuit / 2:57
6 Shot Gun Blues / 5:23
7 Groove Me / 3:46
8 I Don't Know / 4:14
9 Soul Man / 3:28
10 "B" Movie Box Car Blues / 4:08
11 Flip, Flop & Fly / 3:38
12 Closing: I Can't Turn You Loose / 0:51

Download Aqui

2.9.10

A preciosa vidinha de Scott Pilgrim

Scott Pilgrim - Contra o mundo (Bryan Lee O'Malley, publicação da Quadrinhos na Cia. por volta de 30 mangos) chegou na tarde de ontem em minhas mãos e mesmo tentando faze-lo render (entre enrolar, assistir algo, e dar umas voltas na casa), não durou muitas horas para que o devorasse, com a iminente chegada do filme em "terra brasilis" resolvi seguir o hype underground e encomendei-o, confesso que tal espera foi justificada, o quadrinho tem um frescor viciante já que a história é muito bem conduzida, o desenho de O'malley meio cartunesco se alia ao texto descontraído e divertido não só nos trazendo várias referências ao mundo do cinema, games e a outros quadrinhos (com forte influência dos mangás) como entrelaçando essas referências na trama, que é o ponto alto do título, definitivamente não é pra se guardar na estante, é pra dar pra todo mundo ler, daqueles quadrinhos que fazem a sua função primordial, divertir, talvez você o esqueça daqui ha algum tempo, mas, com certeza se lembrar vai dar um sorriso.
 A história é passada em Toronto, Canadá (com lugares reais), onde o autor vive, conta basicamente os relacionamentos amorosos de Scott que tem 23 anos e uma banda de rock, e quanto menos você souber, melhor.


 
 O Título da Quadrinhos na Cia. traz duas edições da original que é composta por seis, que serão lançadas esporadicamente pela editora, já o filme corre o risco de não estrear nos cinemas brasileiros já que a bilheteria americana se mostrou decepcionante (ainda com todo o hype nos trendig topics), é esperar pra ver.  
  
 Abaixo link das scans (eu que não vou esperar até outubro pela segunda parte, fuck-off, go scans):

                           

Obs: Scans em inglês
Obs²: Kick-Ass ruleia também. 
Obs³: LInks copiados de Buchinsky

27.8.10

1up


 Havia um tempo em que os jogos de vídeo não tinham fim, eram dimensões paralelas que tinha que fazer sentido levar alguns pontos coloridos até outros pontos coloridos, se passava horas pra bater seu próprio recorde, e os gráficos modestos eram compensados com o elevado nível dos desafios, em tempos em que  alguns sites e a televisão tentam aproximar seu conteúdo de uma interatividade ao público os games não só criaram esta opção como a expandiram para universos de opções... rola até um documentário disponibilizado no youtube bem interessante que e assisti há uns tempos ["a era do video-game" aqui] (ainda que com uma abordagem por vezes monótona).
 Ao ter em mãos o recém lançado Super Mario Galaxy 2 (maio desse ano), me levou novamente a sentir o ecstasy que os grandes jogos podem fazer conosco.

   
 Esse ano foi comemorado os trinta anos de Pac-man, é inegável a participação deste no desenvolvimento dos video-games, lembro-me como era desafiador passar fase após fase, Pac-man foi um dos jogos "divisores de águas", entender a importância de um game requer entender todo o contexto que ele está envolvido, Pac-Man trouxe o primeiro protagonista de fato dos video-games, o desafio de leva-lo por entre as pílulas amarelas era imenso e fascinante, e como era de se esperar outros personagens iriam ascender também marcando um novo conceito/gênero/estilo/geração como o bigodudo da Big-N.

 Meu primeiro video-game foi um mega-drive já em final de carreira (por volta de 1993) e seus surrados cartuchos de Ninja Gaiden e Street Fighter II - não vou contar minha história com os games em si, e sim com o personagem aqui principal - pela metade da década de noventa surgiu o que tenho até hoje pelo maior video-game de todos os tempos, o Super Nintendo, com seus gráficos melhorados, som melhorados e uma infinidade de jogos que iam a todos os genêros - isso se não os inventava - era uma verdadeira academia nerd entre os moleques que não jogavam futebol muito bem, sua importância é tamanha que ficará para um post especial, quando Super Mario Bros chegou melhorado ao Super Nintendo e o encanador italiano se transformou no maior ícone dos games, foi uma verdadeira revolução em 2D que não parou ali, a cada jogo os japas da Big-N se superavam, definiam novos parametros de qualidade ( inclusive Super Mario 3 é o meu favorito do SNES) mas, a aposta mais arriscada já feita pela Big-N estava por vir.

 No final da década de noventa os games não pensavam em outra coisa se não o mundo tridimensional, já há algum tempo presenciado nos cpu's. Eu usava sapatos engraxados pra ir pra escola, assitia trapalhões depois do almoço e tinha um Nintedo64, sim um N64 ao invés de um Playstation, ele era um video-game sensacional que perdeu-se por arriscar no uso de cartuchos, muito mais dispendiosos (e oldschool) que o uso de cd como a Playstation propunha, junto ao console, vinha Super Mario 64, muitos fracassaram na transposição para o tridimensional (Pac-Man que o diga), mas foi ali que Mario Consolidou a Nintendo, esta perdeu por vários anos jogadores e dinheiro para a Sony com seu Playstation e Playstation 2, mas uma coisa  era certa, nunca deixou de primar pela qualidade, o N64 fracassou, ok, mas teve alguns dos melhores jogos que já joguei na vida (Zelda, Mario 64, Banjo&Kazooie, etc...).

 Falando sobre Games nas nossas vidas, pensem bem, os games ocupam um espaço nas lembranças de muita gente e seria injusto ignorar sua influência no cotidiano de quem os teve tão próximos por anos (muitos ainda aos dias atuais), parecida a outras formas de entretenimento, os games tambem podem ostentar status de arte? Te envolver e te emocionar não seriam requisitos? confesso que ainda não se chegou nas fórmulas ideias para se "atingir" o público mais profundamente, mas já se vê um avanço, mesmo sendo um nicho posso falo a todos que tenham posto um controle em mãos um dia, quem não jogou Zelda por horas e se sentiu um elfo atrás de sua princesa, encarar um Call of Duty vestindo o uniforme e indo à guerra, lutar contra várias pessoas do mundo só pra saber o desfecho do final de Street Fighter, superar-se e passar obstáculos e montar quebra-cabeças em Prince of Persia? Os jogos ficam um pouco em nós mesmo depois dos controles deixados de lado, e num dia desses, quando menos esperava, deparei-me com uma obra de arte vinda da Big-N.
Breve Comentário a Super Mario Galaxy 2:

 SMG2 é a diversão em si, sem a pressão de criar um jogo do encanador para seu mais recente console, SMG2 é um Galaxy incrementado, com novos power ups, a participação de yoshi e uma dinâmica mais direta, aqui se joga em forma de tabuleiro (utilizado tambem em New Super Mario Bros.Wii) as aventuras corpos esféricos vira referência de qualidade mais uma vez e como de costume várias citações a jogos anteriores é introduzida de forma inteligente, é como se fôssemos surpreendidos com coisas que vemos há mais de quinze anos! (eu so tenho 23), o grande "Ás" de SMG2 está no seu próprio desenvolver que traz uma renovação na sua jogabilidade a cada fase o que faz com que nos deparemos no seu decorrer sempre com um novo "brinquedo", é a primeira vez que um console tem dois jogos de plataforma do bigodudo, o que cabe dizer que deu certo, o visual e a trilha são sublimes e foram levemente modificados do original, em resumo, é virar criança novamente, é lindo.

      

10.8.10

Epílogo de Lost [respostas?]



Vazou na internet o epílogo de Lost que é parte do material extra dos DVD’s e Blu-Ray com todas as temporadas de Lost que será lançado no dia 24 de Agosto. Vídeo em Inglês e na pauta iniciativa dharma, ursos polares, novo escolhido... 


- namastê