13.3.10

Top Five XIV

 Espaço para a (já tradicional) listinha de melhores albuns de música do ano passado na minha opinião, o último ano da década quebrou de vez as preferências musicais, os grandes jornais (Guardian, NYT, etc...) e diversos blogs, a cada divulgação de listas de melhores, disparidades e citações peculiares, sinal de enfraquecimento na indústria? para alguns sim, para mim é sinal que a música globalizou-se (mais ainda) por si mesma, cada um escuta o que quer, na hora que quer, em qualquer parte do mundo. Não foi um ano pra grande indústria fonográfica, dos estouros mundiais, apesar deles terem existido, foi para os ratos de internet mostrarem seus achados, suas "pérolas", aqui as minhas:

Top Five Álbuns 2009


5. Phoenix - Wolfgang Amadeus Phoenix

  A trupe francesa do Phoenix em seu quarto álbum traz um pop sintético que permeou inúmeras das minhas tardes do ano que passou para transformá-las de simples tardes de tédio em tardes divertidas em potencial, com seus singles grudentos ("1901", "Liztomania", entre outras), o baixo ágil de Deck d"Arcy, as guitarras indies de Christian Mazzalai e Laurent Brancowitz e a jovial e altamente indie-style voz de Thomas Mars faz de Wolfgang Amadeus Phoenix um  disco que tende a crescer com o tempo, tem estilo sem parecer "só" mais uma bandinha indie num mar de pseudo-nerds.


4. Julian Casablancas - Phrazes for the Young

 Esse album entra neste top não só pela qualidade, que já faz jus, mas por conter em si a história do década passada, a década que começava com  Is this it do The Strokes (2001), album que apesar da qualidade, sua fama estava ligada diretamente ao sucesso na web, ou seja, entre nerds, indies e variações. A partir  dali a década seria invadida por inúmeras bandas como aquela que fez um album simples, um tanto sujo e cheio de influências, quase dez anos depois, vários integrantes fazendo projetos paralelos, Julian Casablancas, vocalista e compositor do The Strokes toma liberdade num trabalho solo, confesso ter ficado receoso com o álbum em mãos, aquele era o cara que talvez tivesse me salvado para o rock, o que podia esperar?.
 Phrazes for the Yong é ousado, ele mostra suas fortes influências oitentistas, sabe quando um álbum nos faz balançar sem querer e quando nos percebemos, paramos rápido e damos aquele sorriso sem graça, "o que foi isso?", foi o que aconteceu, os teclados expansivos e engraçados, as  sonoridades dançantes que a própria banda  não conseguia chegar, um disco altamente cool e necessário ao ano passado.
 Os anos que se passaram foram musicalmente os mais experimentais de todos os tempos (visto o advento da internet e outros meios), nos encontramos já em outra década e este álbum põe um encerramento digno aos anos 00's (tudo neste comentário esta imerso a sentimentalismo cafona). 
 Destaque para Left & Right in the Dark, 11th Dimension e River of Brakelights.     


3. Bill Callahan - Sometimes I Wish We Were An Eagle

 Redimir-se pela música ganha uma nova versão, Bill Calllahan traz a tona acordes envoltos a letras cheias de sentimentalismo e confessionárias, respaldando-se de diversas situações simples ao cotidiano, um trovador sofsiticado diria. Ainda que para se ter plena compreensão do álbum o inglês tenha de se fazer presente, Callahan nos leva por meio de melodias requintadas, uma batida agradabilíssima e sua voz quente. Foi um dos grandes achados do ano, apesar de haver uma carreira de mais de 15 anos, só com "Sometimes I Wish We Were An Eagle" ele se fez presente aqui por casa, no computador, sala, carro, etc... definitivamente um disco feito com carinho e recomendado para dias de chuva e conversas que não precisam muitas palavras, resenha delícia aqui.
 Recomendo Eid Ma Clack Shaw e  To many birds.


2. The Horrors - Primary Colours

 Mais do mesmo, cópia de cópias, visual emo-rock, essas são as características que qualquer um daria ao The Horrors, mas ao passar das faixas vai percebendo-se que os putos tem uma qualidade peculiar, a de agregar influências, a sonoridade que passa de rock soturno a etéro, o TH identifica-se bem com a sua geração (The Killers, The Strokes entre outros) com influência a sonoridade de bandas um tanto marginais da década de oitenta, tenho pra mim que apesar de Faris Rotter (vocalista) ter "q" de Ian Curtis (Joy Division) seu estilo aproxima-se de Jim e William Reid (Jesus and May Chain), grande parte do sucesso da banda, e como a conheci, se deve também a produção competente de videoclipes, mistura-se nisso guitarras "sujas", o "tecladinho", uma bateria com eco e um baixo demoníaco e logo após as primeiras faixas você sabe que aquilo é a banda de rock que você precisava ouvir sem apelar para sua pasta de décadas atrás.
 Recomendado: "Who can say?", "New Ice Age" e "Sea Within A Sea".


1. Soil & "Pimp" Sessions - 6 

 Quem navega na internet e vive baixando "novidades", sabe que depois de um tempo o interessante é descobrir o que há de melhor em cantos obscuros do globo, seja num festival no sul da Armênia, seja em experimentações musicais num pub Australiano, os troféus são guardados em mega-bytes a mão para a sua execução imediata, e por alguns meses estive com uma banda de jazz na cabeça, sabe quando pegamos o nome de uma banda naquela citação num blog que publicou um artigo ano passado que ninguem leu? foi o que me levou a Soil & "Pimp" Sessions e na condição de dependente digo, essa porra é altamente viciante.
 Meu conhecimento no cenário japonês confesso ser bem tímido, mas não há como negar que eles hoje são os melhores em propagar o jazz pelo mundo, meu gosto por jazz influenciou na decisão do top, mas eu desafio alguem a sair imune de tal disco, se você conhece um pouco de jazz vai saber de cara que eles  fazem algo diferente, é dificíl definir ou temivélmente rotular, os caras passeiam pelo free-jazz, música latina, dance, bebop, rumba e aparentemente o que vier em mente, passam do harmônico ao frenético, num vigor interrompido por algumas baladas lounge (que por sorte são poucas), organizam o caos de metais e acordes num album que pode vir a cair com o tempo, mas sem dúvida esta no vintage de 2009.
 Sem recomendações, baixe o album a partir dos links, tire o sofá da sala que está vai ficar pequena perto deste album (duvida? então aperte o play).
Download:
(Mediafire parte 1 + parte 2)
(Rapidshare parte 1 + parte 2



Soil & "Pimp" Sessions - Pop Korn

Nota: Os Albuns anteriores do S&PS são ainda melhores.
Nota2: Não há link para os outros álbuns porque são fáceis de achar, deixa de ser preguiçoso e vai atrás.

4 comentários:

Guthor disse...

Lista linda, mas não há listas que não me arrependa futuramente...

Anônimo disse...

depois do wilco tirado daqui, vou dar outro tiro no escuro, visto que o acervo musical tá um tanto parado...e nem é de todo mal.

Carlos Augusto Limm disse...

retire o que quiser, só não esqueça de apagar a luz quando sair.

Anônimo disse...

O cabeçalho do Edward Hooper era bacanoso. :3