16.11.09

SER4SGUM

 Domingo atípico na capital paraense neste 16 de novembro onde me vi dentro do supra-sumo dos eventos alternativos, o 4º festival Se Rasgum que traz uma caralhada de bandas locais, nacionais e algumas gringas no intuito de saciar a sede de indies, metaleiros, tiozões e desocupados em terras do nortis.  SeRasgum Oficial.  

 Estava na cidade a pedido de um amigo para o 33º evento anual de comemoração ao seu nascimento, o que podia tambem ser encarado como seu aniversário ou um comunicado: "cerveja grátis pessoal!! venham!!", copos e conversas baratas entre amigos e as meninas de classe que nunca me dão confiança, um senhor cantando mpbs desconhecidas para menores de 30 anos e porções de carne mal passada faziam a "preparação" ou "aquecimento" para o festival, que havia começado dois dias antes e que se encerrava naquele domingo, conheço aquela cidade desde pequeno, mas definitivamente nada ali no bairro da sacramenta onde me encontrava,  já um pouco alto, seguimos a desbravar a cidade em busca do African Bar, onde o festival seria realizado (pelo segundo ano consecutivo), local mais que apropriado, o lugar dava a sensação de pequeno e intimista quando tinha um espaço bem amplo que acomodou bem a diversificada programação do evento, pechinchei o ingresso na frente por 18 pratas e entramos quando acabava a apresentação da AMP, banda pernanbucana de guitarras altas e bom entrosamento entre baixo e guitarra, assiti estes pouco, assim como a seguinte, Hablan por la espalda, banda uruguaia de hardcore que vinha pela primeira vez ao festival, pra falar a verdade essa eu nem vi, apenas coloco aqui por que estava na programação, seguimos para a praça de alimentação para abastercermos, cervejas geladas quatro por dez (ainda que a questionável Cerpa Gold), o que obrigavamos a comprar quatro por vez, pechichamos o sushi enquanto passeavam pelo local as indiezinhas que só encontrariamos em pub inglesas, o dia não fora escolhido ao acaso, já havia passado muita coisa boa nas apresentações do dias anteriores, Nação Zumbi, Pato fu, etc... mas era naquele dia que o rock pesado se fazia anfitrião, não minto em dizer que esperava por anos as duas pricipais apresentações da noite, Matanza e Velhas Virgens.

"To hell with Belém"

 Os primeiros citados, então precursores do countrycore no país me fizeram voltar aos meus 17 anos, onde mulheres e bebidas ainda não me consumiam tanto, o rock era tudo que bastava, talvez peque em dizer isto visto o fato recente, mas foi o show a qual mais curti na vida, muito em função do audio, muito bem posto e do nivél aceitavél de alcool no sangue, fui perto do palco (na famosa zona do guargarejo) e pude ver o vigor da banda do "viking" que tem de trunfo a interpretação do mais puro clichê do rock, o "rock pra macho porra!", algumas músicas como "Todo ódio da vigança de jack buffalo head", "tempo ruim", "bom é quando faz mal" e "Pé na porta e soco na cara" (aos fãs acrescentem mais uma dúzia de músicas aqui) foram grandes ápices no show, sem contar a clássica "Ela robou meu caminhão" (que mostra qual a verdadeiro medo de todo homem...), na pausa o palco alternado começou Stress, primeira banda de trash metal do Brasil, propaganda imbutida da mesma, onde as pessoas voavam (literalmente) nesse intervalo para a esperada Velhas pude esbarrar no Bnegão, tirar uma foto com a Syane Neno (apresentadora "sonho de consumo" local), um tapinha nas costas do Elder Effe, voz e guitarra do Ataque Fantasma alem de reconhecer alguns coleguinhas de Twitter, até me surprender com o que viria.

 Pay attention guys: se você tem algumas audições de Velhas Virgens, assim como eu tinha, esquece-as, o show é o caralho (termo que melhor define-os).

"Belém, terra quente pra caralho, bom pra tomar cerveja!!"  Paulão

 O esquema de rocknroll com letras escrachadas não é de hoje, na verdade o humor no rock é uma questão de interpretação, ele existe em maior ou em menor grau, mas as velhas virgens nos seus mais de vinte anos de estradas (e sacanagens nacionais) nos mostram o desejo mais humano através das músicas, o de querer gozar, aliando rock clássico e blues com letras sexualmente-alcoolicas (ou vice-versa) o vocalista Paulão encarna o puto sacana motherfucker ao lado dos vocais melosos de Juliana Kosso e assim "putaria" está formada, grande parte das músicas não conhecia, o que não fez a mínima diferença, sempre contando com refrões grudentos, no melhor estilo "bebados cantando junto" se fez o show pra dançar, gargalhar, beber e beber bastante, já figurando clássicos instantaneos do novo disco dos caras como "O amor é outra coisa", "Strip & Blues"e a pura poesia de bar "A última partida de bilhar" alem de hits underground que na minha opinião se reinventaram ao vivo como "Siririca Baby", "Uns drinks", "O que é que a gente quer?" entre outras... Impressões pouco sóbrias de uma noite delícia entre amigos e parceiros de bar, a ressaca cotidiana não me fez deixar de ir pro trabalho e ainda cansado fazia dar pequenos sorrisos lembrando da noite anterior, se estiverem vivos ano que vem, esperimentem, #fikadica.

 Os mais aptos sobreviveram...

Fotos tiradas do Flickr do Serasgum
  

Um comentário:

Anônimo disse...

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