21.6.08

Noite Paraense

A internet de certo é a responsavél pela criação de diversos universos paralelos, explico, mesmo um dançarino de cumbia da venezuela pode estar informado com a parada gay da espanha, iso porque cada um consome o que bem quer, e como a rede mundial tem de tudo, cada um tem seus próprios "programas", assim vou chama-lós. Bem, enrrolação pra dizer que mesmo estando na terra do meio (leia a introdução desse topico), onde a floresta está sendo devastada para os sem-terras, criação de gado, proliferação de kitnets e cybercafé's, encontra-se um alienado que conhece mais os festivais do país do que a cena cultural local, sei que não sou o único, e isso muito e devido a um emprego meia-boca e muito entulho pop que me consome.


No ultimo sabado (dia 14), resovemos, eu e a garota G, sairmos do mundo locadora e banca de revista para o mundo boêmio da cidade das mangueiras... estavámos no Liverpool a tomar uma breja quando surgiu a idéia de irmos ao Açai Biruta onde estaria acontecendo o lançamento do 3º festival Se Rasgum, foi então que começou nossa odisséia pela noite paraense nunca antes vista... (dramaticidade inclusa).
Contamos la bufunfa, negociamos o taxi e seguiamos pela primeira vez ao Açai Biruta somente antes consultado no Google earth, atravessamos a cidade e fomos parar as margens da baia do Guajará, o bar encontrava-se como alguns tantos da cidade num gueto sujo que dava pra um trapinche o famoso clichê do gastar muito pra parecer que não gastou nada..., eu a garota G não entramos a principio e ficamos bebendo na entrada visto que não tinhamos dinheiro extra para as brejas, nos garantimos então por ali mesmo.
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- Legal aqui não é? Perguntei ao senhor que vendia bebida.
- Aqui é muito bom, sempre dá muita gente.
- Do trapinche fizeram um bar, legal.
- Eu tô vendo um barco ali. Diz a Garota G
- O bom é que qualquer coisa se joga no rio e pronto.... rsrsrs
- tu pensa o que? é pro rio mesmo, num tem saida de incendio pra cá não, tem que se jogar no rio mesmo se der merda.
- Porisso que tem gente que vem pra cá e acorda em cotijuba.... rsrsrs
- É.
-...
-...
- Aqui o da cerveja, acho que vamos entrar.

Entramos, o motivo de mim estar relutante em vir era que no Liverpool, tocaria Beatles Forever, mas como eles tocam lá todo sabado (religiosamente) optamos por vir ao Açai, e tambem pelo fato que das bandas a se apresentar estaria Edi, banda de recife percursora do movimento Mague Beat, dai meu preconceito, gostava de alguma coisa do Nação Zumbi (minha banda referência do movimento), mas tinha certo receio dos tumti-patum (ou mesmo coisas cabeçudas) que eles faziam. Entramos e um dj ralé do ceará se apresentava (com grande parte do repertório descartavél), fomos então conhecer um pouco do local, que ao final se pôs no top dos bons bares da cidade, o Açai Biruta é uma casa de show bem ampla com diversos ambientes (não, não estou ganhando nada com o jabá) e o ambiente mais peculiar é o navio estacionado, com escadas para o livre transitar por ele, alem da Tapiocaria Paraense que se encontra dentro do barco. passeio pelos ambientes feito, fomos ver a presentação do Edi, compramos uma cerveja e nos posicionamos pra ver a banda, após o meio da primeia música a deconfiança de principio deu lugar a um sorriso maroto e ao balançar invonluntário do corpo, numa mistura de samba, reggae e uma guitarra ala recifiana, curti a banda que apresentava-se pela primeira vez em Belem, a vida boêmia é algo irrecusávél, tentadora, viciante, em meio a danças com direito a passinhos inventados na hora, fiquei pensando o que fazia em casa ha tanto tempo, após a apresentação (e a volta de um outro dj meia boca) comemos arroz com galinha e vatapá que uma senhora estava a servir, voltamos para a apresentação principal tamanha 3 horas da manhã e o desgaste ja era visivel.


The Dark Charque of The Moon, entrou sem apresentações, a banda é um projeto do La Pupuña, banda paraense, herdeiros confessos da guitarrada, era no minimo curioso o projeto, guitarrada e Pink Floyd, a brincadeira com o nome é uma referencia a como o paraense chama a genitalia feminina, curiosidades a parte, encarei o show ja um tanto cansado e os passes ja não eram tão empolgados, apenas se tornando assim quando eu identificava a musica, como money e eclipse, de resto foi curtir o ar psicodelico regional a qual o show incitava, em suma os caras me convenceram como num ciclo de pensamentos, me vi enclichezado com o regional-alternativo-de-qualidade, então senti-me em algo unico, como que privilegiado pelo que ouvia, compramos outras cervajas e mesmo após a banda ter ido embora a garota g ainda dançava pa me fazer inveja pois não conseguia pensar direito com o cansaço, a manhã ja se mostrava presente quando procuravamos pechinchar a volta pra casa.
Experiencia gratificante e passo a incluir a noite da capital nos projetos futuros assim que a verba entrar e não ter que tirar do leite das crianças e nem do cinema...

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