Hoje o dia foi de sangue (frase que não se usa todo dia), dinheiro em mãos, troco esse por sangue, impresso ao menos, levo pra casa Scanners de David Cornneberg e Panorama do Inferno de Hideshi Hino.
Ao chegar em casa pra completar, episódio de Dexter serie que apesar de ter acabado na gringa assito por semana religiosamente. a serie que fala de um serial killer, obcecado por sangue (por hora não quero me aprofundar mais no assunto por saber que daria bastante pano pra manga) foi pra completar meu dia sangrento, aqui algumas notas de Panorama Do Inferno que apesar de pouco conhecimento levei pra casa sem grandes pretensões e me fez rever meu conceito de gore.
Atenção: Japonês Maniaco a seguir...
Das minhas constantes visitas a banca de jornal (nessas visitas acabei decorando tudo que tem lá) um mangá me chamou a atenção, de capa vermelha e desenhos irregulares apesentava-se a meus olhos.
Era Panorama do inferno de Hideshi Hino, e poucas vezes o aviso na capa “aconselhável para maiores de 18 anos” fez tanto sentido. Com ele em mãos conheci antes um pouco do autor, que em fase de decadência artistica o autor de mangás de terror deu a luz a uma de suas obras primas, e por muitos, considerada a mais pertubadora. Pude comprovar isso e desencadear daí toda uma cultura splatter-gore.
Vamos ao que interesa, o mangá é sobre, mutilações, sadismo, loucura, enfim Sangue!!. Talvez você esteja pensando que o terror aqui é de uma “onda”, não deixa de ser, mas apesar do mangá tenha sido publido pela primeira vez em 1983, é de um genero que volta e mexe vai surgir novamente. (Sangue e sexo são unversais). Nojeira, esquisitices e violência não são exatamente ''originalidade'' mas se o propósito é chocar, então os criadores dessas ''obras'' realmente são bem-sucedidos.
Os gêneros (gore e splatter) tem origem na setima arte, mais criaram “filhos” nas mais diversas manifestações (quadrinhos, artes platicas... musica?!), no avô dos zumbis, George Romero, nas obras mais recentes, Fome animal de Peter Jackson (antes da fama), e Evil Dead, de Sam raimi (pré-homem aranha) de mangás doentes como o de Hino e até em onda recente do mercado norte-americano, como O Albergue ou Jogos Mortais.
Leia isto antes de ler Panorama do Inferno: Obra de um Japonês que escreve mangás de terror, ou seja, de um amarelo doente, não é chegar e achar que vai ler coisas fazendo sentido, não é a toa que os japas são os melhores em terror (seja com fantasmas, samurais ou sangue!), é uma forma de expressão oriental de um amarelo doente, comece ler tal obra já sabendo disso. (pronto, você está avisado)
Em Panorama, Hino conta a história de uma família pra lá de incomum, através de capítulos de dor, sofrimento, masoquismo, solidão, doença, violência e gore, muito gore. Tudo com aquele traço que gera a falsa impressão de inocência, com o estilo cínico entre o humor negro e o horror, coisas que um bom mangá pode proporcionar.
Outra coisa é, referencias a outras obras como ao pintor Edvard Munch e seu quadro O Grito no tocante à expressão dos mortos: o olhar de desespero proporcionado pelos artistas, tanto de O Grito quanto do mangá, é muito similar, alem do contexto auto-biografico que é a mais forte referencia, o autor nasceu na china e veio ao japão quando pequeno e retrata um artista decadente como ele propri estava a escreve-la, após o sucesso da obra desenha até os dias atuais tendo desenhado outros classicos do terror japonês
A história é quase nula, o mangá tem mais uma abordagem de exposição dos quadros (o que não é pouco) do que de roteiro por si, o que tambem me deu a impressão foi a de estar tudo na sua mente (a do personagem), com pesssoas falsas, mas tentar entender a cabeça do autor me parece como entender por que pessoas normais tem atração por sangue (ou repudio).
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O próprio Hino já dirigiu uma produção splatter-gore no cinema japonês de terror. O autor, em época de vacas magras, comandou um dos capítulos da série Guinea Pig, que, de 1985 a 1991, trouxe vários episódios em que uma pessoa é sequestrada e mutilada, passo-a-passo, bem ''didático'', explícito e aterrorizante. Diz a lenda que o ator Charlie Sheen, ''emocionado'' com o teor da película, acionou o FBI para investigar a trupe japonesa, acusada de fazer snuff movies, aqueles filmes reais com gente sendo torturada ou morta sob a lente da câmeras.
O pessoal do Guinea Pig acabou sendo ''absolvido'' mas o resultado já estava no mundo e passou a agrupar a cada dia mais fãs do cinema e quadrinho splatter-gore. E em Panorama do Inferno você pode conhecer um pouco mais dessa vertente. (Claudio Yuge)
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